Foram precisos apenas cinco jogos para o Uruguai empilhar momentos históricos nas Eliminatórias para a Copa de 2026. Nesta quinta-feira (16), o marco foi a primeira vitória fora de casa contra a Argentina na disputa.
Até então, o retrospecto da Celeste em solo argentino era de seis derrotas e apenas um empate. Como o histórico desse confronto nas Eliminatórias teve início em 1997, esse jejum durava 26 anos.
O Uruguai de Marcelo Bielsa ainda pôs fim a duas marcas de peso dos argentinos. Caiu a invencibilidade de 25 partidas nas Eliminatórias da América do Sul e, depois de 761 minutos, os Hermanos voltaram a sofrer gols, o que não acontecia desde a final da última Copa.
Se esses feitos por si só já eram notáveis, os uruguaios ainda emplacaram algo ainda mais raro: triunfos consecutivos diante de Brasil e Argentina. Desde 1959 que a Celeste não obtinha essa façanha.
Assim como fez diante dos argentinos, o Uruguai também encerrou uma longa sequência positiva da seleção brasileira, que levava 37 partidas sem perder nas Eliminatórias. O tabu sem qualquer vitória uruguaia diante da seleção Canarinho datava de 2001, também na fase classificatória para o campeonato mundial.
Dedo de Bielsa
Depois de cair ainda na fase de grupos na Copa do Mundo do Catar, a AUF (Associação Uruguaia de Futebol) foi em busca de uma revolução no comando técnico. O choque ao estilo pragmático de Óscar Tabarez, sucedido por Diego Alonso, veio na chegada de Marcelo Bielsa.
Apelidado de “El Loco”, o argentino é conhecido como uma referência no estilo de jogo vertical e ofensivo, bem como pela pressão alta. Depois de uma década no comando de seleções, no caso a Argentina e o Chile, Bielsa se voltou aos clubes e foi importante na reformulação do Leeds, que voltou à elite inglesa depois de 16 anos.
Ainda sobre o triunfo uruguaio diante da Argentina, nesta quinta, o feito não foi novo para Bielsa. Em 2008, ele também superou os seus compatriotas quando comandava o selecionado chileno.
Agora, em sete jogos à frente do Uruguai, Marcelo Bielsa tem retrospecto de cinco vitórias, um empate e apenas uma derrota, em duelo diante do Equador, fora de casa, pela segunda rodada das Eliminatórias.
Não foi preciso tanto tempo para revolucionar um Uruguai de geração talentosa, mas que ainda vivia preso a um passado de futebol defensivo. Um pouco de loucura, na medida certa, já parece ter feito bem aos uruguaios.
