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Quem foi Filpo Núñez, o último estrangeiro a comandar a seleção brasileira?


Carlo Ancelotti será o primeiro técnico estrangeiro da seleção brasileira desde 1965. Há 60 anos, Filpo Núñez, tio de Eduardo Coudet e ex-técnico da Academia do Palmeiras, dirigiu a Canarinho. 

A história dos estrangeiros comandando a seleção brasileira começou em 1925, quando o uruguaio Ramón Platero comandou a Canarinho no Sul-Americano daquele ano. Platero foi o único estrangeiro a dirigir o Brasil em uma competição oficial. 

Na década de 1940, o português Jorge Gomes de Lima, o Joreca, chegou a dividir o comando da seleção com Flávio Costa, técnico do Maracanazo em 1950. 

Foi cinco anos depois da derrota brasileira para o Uruguai que Filpo Núñez se aventurou no futebol brasileiro. Nascido em Buenos Aires em 19 de agosto de 1920, comandou o Cruzeiro em 1955, passou por Athletico Paranaense e diversas equipes do interior paulista, além do Vasco. 

A passagem curta na Colina foi seguida pela experiência no futebol português, e o retorno ao Brasil trouxe o momento mais marcante, em 1965. Filpo comandou a Academia do Palmeiras. 

Adepto de um jogo rápido e objetivo, o argentino segurou Dudu como primeiro volante e deu liberdade para Ademir chegar mais na frente. O ápice do time foi no Rio-São Paulo daquele ano, com 49 gols em 16 partidas e um título incontestável. 

Com o Santos de Pelé fora do Brasil, o Palmeiras, de Filpo, foi chamado a representar a seleção brasileira em amistoso oficial contra o Uruguai, dia 07 de setembro de 1965, na inauguração do Mineirão. Dentro e fora de campo, a seleção foi representada por palmeirenses. 

Comandada por Filpo, a Academia, vestindo verde e amarelo, derrotou os uruguaios por 3 a 0. Foi o único jogo de Filpo no comando da seleção brasileira. O argentino continuou a fazer carreira no Brasil, voltou ao Palmeiras em 1968 e dez anos depois, ao Cruzeiro em 1970, e só foi encerrar a carreira em 1997, na equipe feminina do Palmeiras, dois anos antes de sua morte. 

Na Raposa, adotou, antes da Holanda, sua própria versão do Carrossel, com jogadores sem posições fixas. A tática foi incompreendida por aqui, o técnico foi demitido e continuou a carreira de andarilho, dificilmente ficando muitos meses na mesma equipe. 

Filpo viveu os últimos anos de caridade, e pouco é lembrado na nossa história. Muito diferente do novo técnico da seleção, italiano badalado que chega como salvador da pátria…



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