Stephen Gillett, Richard Cole e Alex Lawes adicionam um pouco de “Molho Ingls” para oGol. A coluna dedicada ao futebol ingls – seja no cenrio de clubes ou seleo. Do “Dog and Duck” a Wembley, de Gazza a Wazza, o Playmaker pretende trazer-lhe novos ngulos sobre as histrias que importam.
Dinheiro, visibilidade internacional, competitividade e grandes clubes. A Premier League ganhou a fama nos últimos anos de “melhor liga do mundo”. Mas acorda nesta quinta-feira “de ressaca” em um choque de realidade.
Manchester City e Arsenal foram eliminados da Liga dos Campeões na noite de quarta-feira. O atual campeão foi derrotado pelo Real Madrid nos pênaltis, em pleno Etihad Stadium, e o Arsenal acabou superado pelo Bayern de Munique, na Allianz Arena.
A ambição do City era fazer repetir a “tríplice coroa” nesta temporada. Os Citizens terão de se concentrar. agora, em defender a dobradinha doméstica, que hoje parece pouco por conta do domínio local com Pep Guardiola nos últimos anos.
No caso do Arsenal, é o terceiro abril em série em que o rendimento em campo entrou em pleno declínio. Mais uma vez os Gunners têm de repensar as expectativas, deixando a liderança para o City na Premier League e com campanha decepcionante em uma Liga dos Campeões sem brilho contra rivais mais frágeis até o encontro com o Bayern de Munique.
Manchester United e Newcastle United fizeram ainda pior. Ambos foram eliminados na parte inferior de seus respectivos grupos antes do Natal, e as coisas não são melhores na Liga Europa.
O Brighton foi massacrado pela Roma nas oitavas de final. Liverpool e West Ham United encaram derrotas iminentes contra Atalanta e Bayer Leverkusen nas quartas de final, embora ainda possam reagir.
Nova realidade para a PL na Europa?
Ainda mais abaixo na pirâmide, na Conference League, o Aston Villa sobreviveu a alguns sustos na fase de grupos e, como disse Unai Emery, decepcionou no primeiro jogo das oitavas de final contra o Ajax. Os Villains têm que defender vantagem estreita em Lille nas quartas de final e há uma chance realista de que todas as oito equipes da Inglaterra na Europa sejam eliminadas antes das semifinais, em todos os três níveis.
A Premier League se destacou em breve período no final dos anos 2000 e desfrutou de um renascimento nas últimas temporadas. No entanto, com Pep Guardiola se aproximando do fim de sua passagem pelo City, Jurgen Klopp com saída confirmada do Liverpool, um Tottenham instável, um Arsenal inexperiente e repetindo decepções, e com Chelsea e Manchester United em um estado quase perpétuo de mudança e caos – será que o fracasso é na verdade a nova realidade mais uma vez?
A abundância financeira do futebol inglês faz com que seja improvável um retorno à irrelevância na Europa. Mas talvez este seja um alerta importante, ou um chamado para que os clubes da Premier League voltem a colocar os pés nos chão. O coeficiente na Uefa tem sido prejudicado pelos resultados, e o novo formato da Liga dos Campeões, com 36 equipes, deve continuar a ter apenas quatro representantes da Inglaterra, ao contrário dos cinco que se esperava com a mudança.
