Incontestável, sem poréns ou asteriscos. Em qualquer recorte das fases históricas do Campeonato Brasileiro, o maior campeão é a Sociedade Esportiva Palmeiras. Com seu 12º título, o quarto na Era dos Pontos Corridos, o Alviverde Imponente acabou com qualquer contestação possível de rivais pelo país.
O Palmeiras já era o maior campeão Brasileiro desde 2010, quando a CBF anunciou a decisão de unificar as conquistas anteriores ao início oficial da competição, em 1971. À época, a decisão gerou grande controvérsia porque, naquele contexto, o Verdão saltava de quatro para oito títulos, mesmo número do Santos, e ultrapassando, automaticamente, Corinthians, Flamengo e São Paulo, os maiores vencedores pré-unificação.
Desde 2010 para cá, o tema da unificação dos títulos passou a ser tratado com mais naturalidade talvez porque, com ou sem ela, o Palmeiras é inevitavelmente o maior vencedor. Com o título confirmado nessa quarta-feira, os paulistas chegaram a oito troféus a partir de 1971, número que iguala o maior campeão deste período, o Flamengo. Diferente do Rubro-negro, porém, o Palmeiras não conta com qualquer asterisco em sua conquista, dado que a polêmica sobre a conquista de 1987 por parte dos cariocas é tema de contestação do Sport Recife, algo que dificilmente um dia haverá consenso.
Pontos Corridos (2003 – atual)
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A Era dos Pontos corridos foi inaugurada há exatos 20 anos. O primeiro campeão brasileiro nesse formato foi o Cruzeiro, seguido por Santos, Corinthians, São Paulo (3 vezes seguidas), Flamengo e Fluminense. Foram precisos seis campeões diferentes e 13 edições do Brasileirão para o Palmeiras, enfim, voltar às conquistas.
Em 2016, o Palmeiras encerrou um jejum de 22 anos sem o troféu, o maior período de sua história, e a partir de então iniciou um reinado. Nesta temporada, o Verdão chegou ao 4º título nos Pontos Corridos, um conquistado com Cuca, um com Felipão e dois na Era Abel Ferreira. Assim, o Palmeiras igualou o Corinthians, então maior vencedor do formato, com quatro títulos – em seguida vêm São Paulo, Cruzeiro e Flamengo, todos com três títulos.
Campeonato Brasileiro (1971-2023)
No Brasileirão nascido em 1971 sob o nome de “Campeonato Nacional de Clubes”, o Palmeiras foi o segundo vencedor. Após o título inaugural do Atlético Mineiro, o Verdão mostrou o poder de uma geração chamada por alguns de “segunda Academia” – a primeira foi a responsável pelas conquistas pré-1971.
O Palmeiras conquistou o troféu em 1972 e 1973, com alguns craques que fizeram parte das duas Academias, como Ademir da Guia e Dudu. O Verdão voltou a conquistar os troféus na Era da Parmalat, em 1993 e 1994, com outra leva de craques como Edmundo, Zinho, Roberto Carlos, Edílson e Evair. Somado a essas conquistas, estão os quatro títulos dos pontos corridos.
Brasileiro Unificado (1937-2023)
A unificação dos campeonatos brasileiros pela CBF reconheceu, em 2010, 14 títulos de seis clubes diferentes: Bahia, Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Botafogo e Fluminense. Quem mais venceu nesse período foi o Santos, de Pelé, com seis troféus: cinco da Taça Brasil e um do Roberto Gomes Pedrosa.
O Palmeiras foi o segundo maior campeão daquele período, com quatro troféus dois da Taça Brasil e dois do Robertão. Neste ano, a CBF voltou a reconhecer e unificar títulos do passado, mas apenas um campeão foi beneficiado: o Atlético Mineiro, de 1937, com o troféu do Torneio dos Campeões.
Assim, a lista atualizada de campeões brasileiros em todos formatos fica:
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Títulos brasileiros por período
Clube | Pontos Corridos | 1971-2002 | Pré-1971 | Total |
---|---|---|---|---|
Palmeiras | 4 | 4 | 4 | 12 |
Santos | 1 | 1 | 6 | 8 |
Flamengo | 3 | 5* | – | 8 |
Corinthians | 4 | 3 | – | 7 |
São Paulo | 3 | 3 | – | 6 |
Cruzeiro | 3 | – | 1 | 4 |
Fluminense | 2 | 1 | 1 | 4 |
Vasco | – | 4 | – | 4 |
Internacional | – | 3 | – | 3 |
Atlético Mineiro | 1 | 1 | 1 | 3 |
Grêmio | – | 2 | – | 2 |
Botafogo | – | 1 | 1 | 2 |
Bahia | – | 1 | 1 | 2 |
Guarani | – | 1 | – | 1 |
Athletico Paranaense | – | 1 | – | 1 |
Coritiba | – | 1 | – | 1 |
Sport | – | 1* | – | 1 |
*Título contestado por Flamengo e Sport de uma decisão não ocorrida entre os clubes em 1987. No dia 6 de dezembro deste ano, o STF deu causa ganha aos Pernambucanos, mas a polêmica não estará encerrada.