Seja no 4-2-4 ou no 5-3-2, atravs de jogo de posio ou jogo funcional, respeitando as diversas formas de ver o futebol. Acreditando sempre na beleza do jogo, e nas diversas interpretaes do mesmo. Falo de ttica tentando fugir do professoral, mas sempre buscando ir alm. Como em uma conversa de bar. Sem espao para a saideira.
O Athletico Paranaense demitiu Juan Carlos Osório após 11 jogos, com seis vitórias, quatro empates e uma derrota. Contratou Cuca, campeão da América no Atlético. O movimento é apenas mais um exemplo do “efeito dominó” no futebol brasileiro.
O efeito dominó nada mais é do que um círculo vicioso, no qual um efeito gera uma série de acontecimentos em cadeia que se assemelham ao longo do tempo, gerando um ciclo sem fim. É basicamente o que ocorre no futebol brasileiro com sua “dança das cadeiras” no comando dos times.
O tal efeito cascata começa a partir do momento em que um técnico é escolhido: até que ponto os clubes são, de fato, conscientes na escolha do comandante para a temporada? O CAP é um bom caso de estudo.
Osorio foi o escolhido como técnico do centenário do clube. Um ano para lá de especial. Uma escolha que deveria ser feita da forma mais assertiva possível. Mas acabou demitido depois de menos dois meses no cargo.
Um dos supostos motivos para a demissão foi o fato de Osorio não repetir a escalação do time. Outro: o de usar jogadores improvisados. Pois bem, quem acompanha minimamente a carreira de Osorio sabe que são duas características marcantes do técnico. Já quando trabalhava na Colômbia, Osorio não repetia o time. No próprio São Paulo, usou jogadores fora de posição.
Óbvio que existem outros motivos para a saída de Osorio. A relação do técnico com os jogadores não era das melhores. Havia desgaste, apesar do pouco tempo, com a diretoria. E o desempenho do time em campo parecia longe de alcançar a performance esperada por todos, inclusive pela comissão, mesmo em um início de projeto. Publicamente, Osorio já havia externado isso.
O fim do ciclo do colombiano escancara a falta de critério no futebol brasileiro na escolha dos técnicos. Outro ponto que sustenta tal afirmação é a escolha do substituto de Osorio: Cuca. São perfis completamente diferentes. Da forma de gerir o elenco ao estilo de marcação preferida ao longo das partidas.
O Athletico não é o primeiro e nem o último time a mudar da água para o vinho e trocar o pneu do carro em alta velocidade no futebol brasileiro. Quantas vezes vimos uma equipe sair de um treinador adepto do jogo posicional para o funcional, dentro da mesma temporada, com o mesmo elenco que trabalhou meses para se adaptar em uma ideia completamente oposta? O efeito dominó continua, como um looping.
