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O São Paulo de Carpini: o craque, a herança e o futuro



Seja no 4-2-4 ou no 5-3-2, atravs de jogo de posio ou jogo funcional, respeitando as diversas formas de ver o futebol. Acreditando sempre na beleza do jogo, e nas diversas interpretaes do mesmo. Falo de ttica tentando fugir do professoral, mas sempre buscando ir alm. Como em uma conversa de bar. Sem espao para a saideira.

Thiago Carpini já iniciou seu trabalho no São Paulo com título: venceu a Supercopa contra o Palmeiras, de Abel Ferreira, em um duelo tático interessante. A chegada de Carpini ao Morumbi, intencionalmente, ou não, trouxe um perfil capaz de manter as bases do trabalho vitorioso de Dorival Júnior, aberto a alterar o panorama da passagem de James Rodríguez no clube e, também, com uma visão interessante de futuro. 

Em termos de perfil e filosofia de jogo, a escolha de Carpini, talvez, tenha sido a mais sensata. O técnico, mesmo de uma nova geração de treinadores, traz consigo conceitos muito trabalhados por Dorival ao longo da carreira. Ideias que deram (muito) certo no Morumbi e levaram o Tricolor ao inédito título da Copa do Brasil. Agora, culminam na também inédita conquista da Supercopa. 

Assim como Dorival, Carpini é um técnico flexível, capaz de se adaptar ao elenco que tem. Não se apega a um esquema ou uma maneira de jogar. Por outro lado, busca adaptar sua estratégia de acordo com o elenco que tem. 

Ao longo dos cinco jogos em que esteve no comando do São Paulo, Carpini variou o esquema algumas vezes. Na escalação inicial e, também, durante as partidas. O Tricolor já jogou com três zagueiros, no 3-5-2 que vira 5-3-2 na fase defensiva, no 4-4-2 losango e no 4-2-3-1. 

O 4-4-2 losango é, talvez, a formação que mais o aproxime do time de Dorival. A partida da final da Supercopa, contra o Palmeiras, talvez seja uma grande referência. Não apenas pelo contexto competitivo, diante de um rival que exige o melhor. Mas também pelas nuances do jogo. 

O Tricolor começou no 4-2-3-1. Carpini usou uma saída 3+2, aproveitando um dos conceitos que Dorival fez questão de carregar como marca nos últimos anos: o de lateral construtor. Rafinha participou da primeira fase de construção com os zagueiros, e o time evoluiu para a fase ofensiva em uma espécie de 3-2-5. 

A mudança do 4-4-2 losango para o 4-2-3-1 se concretizou, principalmente, pela ausência de Lucas Moura. Para substituir o meia-atacante, Carpini escolheu Nikão, que atuou no lado esquerdo. Foi nesse corredor lateral que o técnico são-paulino viu a chance de vencer o jogo, embora não tenha conseguido antes dos pênaltis. 

Abel Ferreira, do outro lado, escalou o Palmeiras em um 5-4-1, com Marcos Rocha de zagueiro pela direita e Mayke como ala. Mayke, como de costume, avançou muito ao ataque. Em resposta, Nikão foi companhia de Wellington nas costas de Mayke, procurando superioridade numérica no setor de Rocha. 

Se Wellington atacava a profundidade de um lado, com Nikão aparecendo mais por dentro, Wellington Rato dava amplitude do outro, com Luciano se aproximando pelo meio. O padrão era avançar pela esquerda buscando finalizar as jogadas por dentro com a chegada de Luciano e Rato na área, com Calleri, com os meias atentos a sobra fora da área. 

A estratégia se mostrou assertiva contra o Alviverde, apesar do 0 a 0. Mas o pouco tempo de trabalho de Carpini também exige paciência, apesar da aplicação de alguns conceitos já presentes com Dorival. 

O treinador ainda vai, no dia a dia, conhecendo as peças que tem no elenco. Ainda busca dar oportunidade a figuras que podem fazer parte do futuro do clube, como o jovem lateral Moreira, que já atuou três vezes, duas em clássicos, e mostrou ser uma opção interessante na direita, entregando uma característica diferente da de Rafinha (com mais velocidade, potência e ataque a profundidade). 

James Rodríguez, com futuro ainda incerto, pode renascer no Tricolor com Carpini. O treinador nunca escondeu ser fã da qualidade técnica do colombiano e acredita que James pode se adaptar ao time, e vice-versa. O meia seria uma opção interessante de referência criativa, no 4-4-2 losango, com Luiz Gustavo de primeiro volante e Alisson e Pablo Maia como meias versáteis e de bastante intensidade. 

2024 começa promissor para o São Paulo, como terminou 2023. Muito por conta de Carpini, que aproveita, e bem, a herança de Dorival, se mostra aberto a recuperar um craque que ainda pode ser importante (desde que queira) e promete abrir caminho para um futuro promissor no Morumbi. 



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