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O que esperar de António Oliveira no Corinthians?



Um estrangeiro, português, mas com uma carreira construída no Brasil. António Oliveira está longe de ser um fator novo no futebol nacional. O Corinthians não será a primeira experiência na elite. A diferença é o tamanho do desafio e da exposição. O técnico já assume sob pressão, e desconfiança, em um clube que tem sido pouco amistoso com seus últimos treinadores.

Como auxiliar, António Oliveira já trabalhou no rival Santos. Como técnico principal, teve experiência em grandes clubes logo no início da carreira, com Athletico Paranaense e Coritiba no currículo. Ambas breves. Mas foi no emergente Cuiabá que teve maior sucesso.

No Corinthians, o cenário será de ainda maior pressão que nos dois gigantes paranaenses. E em um momento conturbado, um pouco parecido, talvez, com o que viveu no Coxa. Por lá, a experiência acabou por ser curta em meio à turbulência, retornando ao Cuiabá. Caso aceite a proposta corintiana, António Oliveira terá de abandonar a estabilidade de um clube que se transformou em seu refúgio seguro no Brasil.

Para o torcedor Fiel, fica a pergunta: o que pode trazer António Oliveira para tentar tirar o Corinthians do caos? Vamos tentar encontrar respostas no estilo do técnico.

Menos polêmicas, mais velocidade

Não é fácil definir como jogam os times de António Oliveira em uma amostra ainda curta na carreira. No discurso, o técnico gosta de ter a bola, de um futebol técnico e de posse. Na prática, suas equipes se caracterizaram pelas transições rápidas, com forte foco na segurança defensiva.

Na comparação com Mano Menezes, as semelhanças ficam justamente pela prioridade dada as defesas. No caso de António Oliveira, talvez pela necessidade em um clube de orçamento mais modesto, como o Cuiabá. Mas há diferenças claras, dentro e fora de campo.

Fora de campo, António Oliveira tem tentado se manter afastado das polêmicas, embora sem deixar seu lado franco de lado nas respostas e no tratamento dos jogadores. Deyverson é um exemplo: teve grandes momentos com o treinador e chegou a o pedir, sem abandonar o bom-humor, na seleção brasileira. Enquanto isso, só em 2024 Mano já colecionou declarações que causaram mal-estar, como nos casos Raniele e Yuri Alberto.

Dentro de campo, a maior diferença é a velocidade da transição. As equipes de António Oliveira por muitas vezes defendem com linhas baixas – a primeira com até cinco homens – mas não estáticas. Há sempre o foco na intensidade na marcação, e na velocidade na transição. Algo que contrasta com o que tem sido o Corinthians – lento e previsível. No entanto, temos de lembrar que o time paulista contava, até pouco tempo, com um time envelhecido, embora com atletas de alta qualidade técnica, o que certamente influenciaria essas características coletivas.

O Corinthians teve grandes momentos, em especial na última década, com times bem postados na defesa e de contra-ataque letal. Não será uma novidade, mas certamente o torcedor corintiano vai esperar um pouco mais. A boa notícia é que António Oliveira não quer resumir suas equipes a apenas isso, embora se adapte às circunstâncias.

Em especial no Athletico, António explorou muito a construção de jogadas desde o goleiro. Normalmente, a opção é por uma saída de bola com a tentativa de manter a superioridade numérica. Os alas ou pontas dão profundidade no setor ofensivo, e seus times variam entre as triangulações curtas e as bolas longas, seja para o trabalho de pivô do centroavante, ou simplesmente para inverter as jogadas para o flanco oposto.

Em sua curta carreira até aqui, António Oliveira tem exemplos opostos que podem trazer esperanças ou preocupação para os torcedores corintianos. Os melhores momentos foram no Cuiabá: um time coeso em que os valores individuais cresceram pelo coletivo. Os piores foram no Coritiba, em que o técnico sucumbiu ao ambiente conturbado e não conseguiu dar padrão de jogo à equipe antes de sua demissão.



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