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MLS e a guerra fria do futebol



A Amrica do Norte a terra do Donuts, do Maple Syrup, do Poutine, de calor e frio extremo. Do basquete da NBA, do hockey da NHL, do baseball da MLB. E tambm a terra do soccer.

O dinheiro da oligarquia russa continua fomentando o futebol local. Com o suporte financeiro dos bilionários que fizeram fortuna após o fim da União Soviética, os clubes russos conseguem investir altas cifras no mercado de transferências. Tanto que atraem jogadores de seleção brasileira, como Nino, ex-Flu, hoje no Zenit. O próprio clube de São Petersburgo investiu pesado em Artur, ex-Palmeiras, e conta com 11 sul-americanos no elenco, nove brasileiros. O poder de investimento atrai, também, jogadores da Major League Soccer, como Jesus Ferreira, do Dallas. Mas a MLS provou que dinheiro não compra tudo. 

Jesús Ferreira tem 23 anos, 15 gols em 23 jogos pela seleção estadunidense e já fez parte do grupo que disputou a última Copa do Mundo. Na temporada, marcou 14 gols em 34 jogos pelo Dallas. Na anterior, havia somado 18 em 37. Ou seja, é uma das principais promessas do futebol estadunidense, que deseja jogar na Europa. 

De olho nisso, o Spartak Moscou ofereceu ao Dallas 13 milhões de dólares para comprar os direitos econômicos do atleta. O clube aceitou: seria uma venda histórica para a franquia. Mas a Major League Soccer, ao que tudo indica, vetou a transferência. 

Segundo o jornalista Tom Bogert, do The Athletic, a liga qualificou como um “risco” o fato de entidades estadunidenses fazerem negócios com os russos. O poder de veto fecha uma porta da Europa para Jesús, mas o atacante segue aguardando que outros mercados ainda o deem a chance de realizar o sonho europeu. O Dallas, inclusive, se acertou com o Benfica pelo atacante Musa, em negócio de 10 milhões de euros, indicando que a saída de Ferreira é iminente. Embora não para a Rússia. 

A reportagem entrou em contato com a MLS, mas a resposta foi o silêncio. A liga não se manifesta sobre o tema para não aumentar a tensão entre os países: uma declaração pública poderia colocar um pouco mais de lenha na fogueira. Embora nos bastidores fique claro o movimento para fechar a porta para que dinheiro russo acabe nas mesas dos clubes da MLS. 

Um movimento parecido aconteceu no meio do ano passado, no México. O Dínamo de Moscou fez uma proposta ao Pachuca pelo meia Luis Chávez. O jogador estava em alta: havia feito um golaço pelo México na Copa do Catar, e estava em grande forma na Liga MX. Seu sonho, como o de Jesús, era jogar na Europa. 

O Pachuca, entretanto, se negou a negociar com os russos. Algo que frustrou Chávez. O meia, então, se tornou o primeiro jogador da história do futebol mexicano a pagar do próprio bolso a cláusula de rescisão para deixar o clube. Algo comum em muitos lugares, que acabou contornando o caso. Chávez já soma 16 partidas e dois gols na Rússia. 

A oligarquia russa e a guerra 

Os motivos são muitos para a recusa a se negociar com os clubes russos. Hoje, a Rússia é um país isolado esportivamente. No início de 2022, a Fifa e a Uefa suspenderam o país de competições oficiais. O banimento foi seguido pelo Comitê Olímpico Internacional, e em Paris, atletas russos qualificados para os Jogos Olímpicos poderão competir, mas sem o nome, a bandeira e os emblemas russos. A punição foi estendida para a aliada russa Bielorrússia. 

Foi no início de 2022 que a Rússia lançou a invasão em larga escala no território ucraniano, em guerra sem fim que dura até hoje. A violação da soberania ucraniana tem tudo a ver com os oligarcas russos. Mas afinal, quem são eles? 

Como introduzimos brevemente, os oligarcas russos são bilionários que fizeram sua fortuna durante o fim da União Soviética. Esses empresários enriqueceram na maior parte com a privatização em larga escala no país, aproveitando o fim do controle do Estado em setores industriais, energéticos e financeiros. No jogo de influências, ganhou mais dinheiro quem tinha melhores contatos. Ou quem conseguia subornar as pessoas mais influentes. 

Apesar de Vladimir Putin dizer publicamente que esse grupo, os oligarcas, não existem mais por lá, a declaração pode ser vista apenas como uma cortina de fumaça para ofuscar o fato de que esses bilionários enriquecem cada vez mais, e exercem uma influência decisiva nas decisões do Estado (Putin tenta manter a imagem de soberano). Muitos oligarcas sofrem sansões de governos como o britânico e o estadunidense. 

A proximidade com Putin e as relações estreitas com o governo fazem muitos dos oligarcas russos os principais financiadores da invasão em larga escala no território ucraniano. O mesmo dinheiro que vai para a guerra vai, por exemplo, para os clubes de futebol. O Zenit, por exemplo, pertence a Gazprom, que por sua vez é gerida pelo oligarca Alisher Usmanov, que tem um patrimônio estimado em 14,5 bilhões de dólares. O Spartak é vinculado a Vagit Alekperov, oligarca com uma fortuna estimada em quase 20 bilhões de dólares e que esteve entre os nomes sancionados nos Estados Unidos.  

Não é preciso muito para entender o veto da MLS…



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