0

Luz no fim do túnel: a classificação do Brasil de Arthur Elias



Na cidade das luzes, a seleção brasileira de futebol feminino descobriu que existe mesmo uma saída no final do túnel. Após fazer uma campanha desastrosa na fase de grupos dos Jogos Olímpicos, a classificação para as quartas de final aconteceu, mas não por mérito da equipe canarinha. Para entender o cenário completo, precisaremos voltar um pouco no tempo, mais precisamente, no dia 23 de março. 

Foi nesta data que a seleção brasileira conheceu suas adversárias da primeira fase da Olimpíada de Paris. Entre as equipes participantes, ficou claro que o grupo C, com Nigéria, Espanha e Japão era o cenário mais favorável para as brasileiras, uma vez que nos outros grupos, existiam França e Estados Unidos, carrascos da seleção. Restou para Arthur Elias encarar a melhor seleçã da África, da Ásia e a atual campeã mundial.

A tarefa não era fácil, mas era possível. Com a Espanha despontando como favorita ao primeiro lugar do grupo e com a Nigéria sendo a equipe de menor tradição (historicamente), a segunda vaga seria entre Japão e Brasil, duelo em que a seleção perdeu, de virada, por 2×1. Antes, o Brasil venceu a Nigéria por 1×0 e depois, foi superada pela Espanha por 2×0 e precisou torcer para o destino resolver o rumo da equipe.  

Abraço ao Canadá

Além disso, o regulamento dos Jogos Olímpicos prevê que as duas melhores seleções que estiverem em terceiro lugar, passem para às quartas de final. É sob essa luz, que a Seleção Brasileira de Futebol, caminhou em direção. 

O primeiro agradecimento de Arthur Elias deveria ser para a técnica Bev Priestman, do Canadá, que resolveu espionar as adversárias. O ato de indisciplina rendeu uma punição em seis pontos para a seleção durante o torneio, no dia 27 de julho. Um dia antes da estreia contra a Nigéria, primeiro teste do treinador. Com isso, a seleção – que era uma das principais cotadas para assumir essas vagas remanescentes – deu espaço para que o Brasil pudesse entrar no seu lugar. 

Ousadia e Alegria, Arthur Elias? 

Esse é o estilo de jogo que o treinador propõe. Multicampeão pelo Corinthians, Arthur Elias sempre foi conhecido por cometer loucuras (conscientes) dentro de campo. Se antes incontestável, seu jeito de gerir começou a causar incômodo, principalmente, de quem acompanha a seleção brasileira. Desde os amistosos, a equipe ofensiva de Arthur Elias parecia não convencer totalmente, apesar de ter aplicado alguns placares elásticos, a performance, era que deixava dúvidas. 

Nestes Jogos Olímpicos, o Brasil entrou em campo com escalações totalmente diferentes nas três partidas disputadas. Mas a que mais chamou atenção foi contra o Japão, quando em cinco minutos, a vitória virou revés. Os dois gols sofridos pelo Brasil, além de dolorosos, acenderam um alerta: a renovação da seleção brasileira, com 14 jogadoras estreantes e a mudança de comissão técnica, precisa de constância, aprender a fazer o básico e a real mentalidade vencedora. 

Após a derrota, Arthur Elias disse uma frase que chamou a atenção. Para ele, é fundamental testar jogadoras. 

“É muito importante numa fase de grupos a gente colocar as atletas para jogar, assim todas estão não só preparadas no nosso modelo de jogo, nas ideias, no plano de jogo, mas terem minutagem. É uma competição que significa muito para o futebol feminino brasileiro, para cada uma delas, então eu coloco para jogar e entendo que o trabalho é sempre preparar todas as atletas.”, afirmou o treinador ao site da CBF.

Ora, o tempo de fazer testes se esgotou antes da convocação para os Jogos Olímpicos. Desde que assumiu o clube, seus rodízios incluíram mais de 50 atletas até achar as 18 ideais. Se esse período não foi suficiente, todo o trabalho até a lista final é desconsiderado. Não é possível aceitar, de um treinador que preza por uma mentalidade vencedora, a ideia de que exista um rodízio no time principal para romper com as inseguranças de uma escalação perfeita. 

Para a próxima fase, Arthur Elias precisa, acima de tudo, abrir mão, de forma parcial, dos seus conceitos. A fase de grupos foi repleta de erros e se não aprendermos com eles, o futuro da seleção brasileira, como um todo, pode ser um túnel, mas dessa vez, sem achar uma luz. 



Peneirabrasil

Somos uma Site Especializado na Divulgação de Peneiras de Futebol.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *