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L de Libertadores: Cano e Kennedy derrubam o Boca, e Flu, enfim, é campeão da América!



Os momentos históricos, geralmente, são inesperados. Surgem do nada. Mas a história da final da Libertadores deste sábado, no Maracanã, não foi assim. Germán Cano, inevitável, já havia feito o L para adiantar o Fluminense. E depois de Advíncula responder pelo Boca, Diniz chamou John Kennedy e falou: “você vai entrar e fazer o gol do título”. Dito e feito. Kennedy, na prorrogação, pouco antes de ser expulso, em passagem meteórica pela decisão, recebeu de Keno e acertou o chute da vida dele. Da vida do torcedor tricolor. Que esperou por décadas. Por uma vida inteira para dizer: as três cores que traduzem tradição agora brilham no topo da América. 

Em uma decisão épica no Maracanã, o Tricolor superou o valente, embora limitado, Boca Juniors, por 2 a 1, para conquistar o primeiro título da Libertadores de sua história. No ápice do Dinizismo. L de Libertadores. Libertadores tricolor. 

Dinizismo

O Flumineesperavanse começou o jogo da forma como se acostumou jogar: dominando o rival, criando superioridade numérica pelos lados do campo para, depois, avançar para o meio. Mas o Boca fechou a porta no corredor central no início de jogo. 

A proposta dos argentinos era clara: marcação em blocos baixos, sem se incomodar com o rival trocando passes na defesa. Não havia pressão quando a bola estava com Felipe Melo ou Nino. Mas no último terço, o Flu já tinha mais dificuldade em evoluir. 

Depois de se segurar nos primeiros 15 minutos, o time argentino partiu em contragolpe com Merentiel, que teve espaço para avançar em campo. Na entrada da área, o atacante buscou o arremate, mas Fábio pegou sem sustos. A jogada, porém, já sinalizava perigo para os cariocas. 

A defesa tricolor se desorganizava quando Felipe Melo adiantava para marcar alto. Faltava velocidade na transição defensiva. Aos 17, Nino também se adiantou, e Cavani recebeu nas costas do zagueiro. O uruguaio, porém, não avançou no campo, e errou ao tentar temporizar. Por sorte, a bola parou nos pés dos defensores brasileiros. 

Os Xeneize foram se adiantando um pouco no campo. Com e sem a bola. Mas quem tratava melhor ela era o Tricolor. Embora ainda sem conseguir ameaçar. Foi um primeiro tempo mais de tensão, e menos de emoção.

Mas a emoção tem um nome: Germán Cano. Quando Keno e Arias se encontraram na mesma ponta (o tal do Dinizismo), o Flu conseguiu avançar pelo lado direito. Keno recebeu de Arias e foi ao fundo, rolando no meio para Cano. De primeira. Como sempre. Cano. Sempre Cano. Fez o L no Maracanã! Eram 36 minutos de jogo. 

Todo mundo já sabia…

O Fluminense atuou mais recuado na volta para o segundo tempo. Deixou o Boca se adiantar, com a bola. E perdeu a referência de Felipe Melo na primeira fase de construção: o zagueiro sentiu a coxa aos cinco minutos e foi substituído por Marlon. 

O Boca mostrava pouco repertório ofensivo. Apostava suas fichas, principalmente, em Advíncula em cima de Marcelo. O peruano, inicialmente, buscou cruzamentos. Depois, tentou chute perigoso que foi no lado de fora da rede. 

A resposta tricolor foi no toque de bola. Com mais recursos técnicos, o time de Fernando Diniz irritou o rival. Procurou tabelas no lado do campo. O Boca bateu. Demorou, mas os amarelos, enfim, começaram a aparecer. Os espaços também. Após bela jogada pela direita, Martinelli ajeitou bola para André, talvez o craque da final. O meia tirou do marcador e bateu de canhota. Romero foi no canto defender. 

Quando a pressão argentina parecia arrefecer, Advíncula voltou a aparecer. O lateral teve, mais uma vez, marcação permissiva de Marcelo, que tampouco teve cobertura eficiente. Advíncula cortou da direita para o meio, como fez tantas vezes no torneio, como estava claro que faria hoje, e finalizou de canhota mesmo. No cantinho. Fábio não chegou. Drama no Maracanã. 

O coração do torcedor tricolor parou aos 43. André errou passe na saída de bola e deu a chance de Merentiel avançar e finalizar de fora da área. A bola passou raspando a trave. Só ouviu-se no Maracanã o “uh!” dos argentinos. 

O coração do torcedor do Boca, em contrapartida, quase parou aos 48 minutos. Foi quando Lima temporizou e, no momento certo, descolou um grande passe para deixar Diogo Barbosa na cara do gol. Mas o lateral chutou mal, e desperdiçou a chance do gol do título. A decisão foi para a prorrogação. 

A conversa, o gol e o título

Quando John Kennedy estava para entrar no jogo, Fernando Diniz previu: “você vai entrar para fazer o gol do título!”. Parece uma frase dita por qualquer técnico que coloca um atacante no fim do jogo. Mas foi, de fato, uma previsão. 

Aos nove minutos da prorrogação, Diogo Barbosa apareceu centralizado para enfiar grande bola para Keno no ataque. O ponta ajeitou de cabeça, e John Kennedy acertou o melhor chute da vida dele. Foi um golaço! O gol da vida de Kennedy! 

A passagem de John Kennedy pela final da Libertadores, porém, foi curta. O jovem não conseguiu segurar a emoção do gol e foi abraçar a torcida que tanto o abraçou durante o ano. Mas recebeu o segundo amarelo justamente por subir a escada para comemorar com os torcedores, e foi expulso.

O resto foi drama. Diniz chamou Cano para jogar de volante. Colocou David Braz na vaga de Keno. O Flu era coração na ponta da chuteira. Não queria ter de encarar Romero nos pênaltis. O time de guerreiros voltou a agir. 

O torcedor tricolor ficou um pouco mais aliviado depois que Fabbra, perto do intervalo da prorrogação, deu um tapa em Nino. Roldán foi chamado ao VAR, e expulsou o argentino. O segundo tempo da prorrogação teria igualdade numérica de jogadores em campo. 

Apesar da expulsão de Fabbra, o drama seguiu. O Boca seguiu em cima, pressionando. Precisava do gol. Queria mais uma decisão por pênaltis. Langoni arriscou de fora, e Fábio defendeu em dois tempos. 

Guga quase acabou com o drama. Em raro contra-ataque tricolor, Arias recebeu na frente e virou para Guga livre. O lateral bateu desequilibrado, e a bola foi caprichosamente na trave. O drama seguiu. Era bola atrás de bola na área tricolor. Em cada uma, o coração tricolor parava um pouco. Por um segundo. E logo voltava. Até que ele bateu forte quando Lima afastou o último dos perigos, e Roldán pediu a bola. As três cores que traduzem tradição, agora, brilham no topo da América com o Dinizismo!



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