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Draft e futebol combinam?



A Amrica do Norte a terra do Donuts, do Maple Syrup, do Poutine, de calor e frio extremo. Do basquete da NBA, do hockey da NHL, do baseball da MLB. E tambm a terra do soccer.

Falar sobre o draft da Major League Soccer é como abrir a caixa de pandora. Apesar da complexidade do tema, o entendimento do mesmo pode nos ajudar a compreender um pouco mais os desafios da formação de jogadores no Canadá e nos Estados Unidos. 

Na última semana, aconteceu o Superdraft referente a temporada 2024. Quem já está acostumado com os esportes norte-americanos conhece um pouco sobre o tema. Mas vamos tentar elucidar o público em geral, falando de uma forma mais simplista sobre como esse sistema funciona. 

Antes de tudo, vale a pena destacarmos que no Canadá e nos Estados Unidos, as universidades da Division 1, ou seja, as universidades com as bolsas mais atrativas e programas mais completos e competitivos, não permitem que os atletas tenham atuado ou atuem de forma profissional em ligas no país ou fora. 

Quando um atleta chega perto do fim da chamada High School, o segundo grau deles, e ele faz parte de uma academy (base) de time da MLS, ele tem de tomar uma decisão: aceita uma bolsa atrativa de uma Universidade, ou segue estudos em uma faculdade de menos nome, paga (alguns clubes se oferecem a pagar), para continuar atuando em nível profissional por essa equipe ou outra (seja na equipe sub-23, ou em ligas menores, como a USL). 

Caso a escolha seja pela universidade, a decisão mais comum também pela pressão dos pais, o jogador só pode voltar aos clubes profissionais através do draft. E não existe apenas o draft da MLS: a Canadian Premier League, por exemplo, primeira divisão e única liga profissional do Canadá, também tem um draft.

Mas afinal, o que é o draft? Nada mais é do que o sistema que separa as jovens promessas universitárias em um pool, ou piscina (metaforicamente), e cada clube, na sua vez, seleciona um atleta. A posição dos clubes no draft, ou seja, quem vai selecionar um jogador primeiro, é basicamente definida pela tabela da última edição da liga. No caso, do pior colocado para o melhor. Ou seja, lanterna de sua conferência e com a pior campanha entre todos os clubes, o Toronto FC teve a primeira escolha no Superdraft de 2024, selecionando o atacante Tyrese Spicer, de Lipscomb University, em Nashville. 

A posição no draft pode ser, também, uma moeda de troca entre os clubes. Em troca de jogadores, um clube pode oferecer como contrapartida uma posição melhor no draft

Quem são os jogadores do draft

De acordo com a própria MLS, em seu site oficial, o draft de 2024 contou com quatro tipos de jogadores elegíveis: 

  1. Atletas que estão pelo menos no segundo ano de universidade.
  2. Jogadores Generation Adidas (jogadores selecionados por esse projeto que podem ser escolhidos antes de estarem elegíveis ao Draft).
  3. Qualquer ex-jogador universitário que deixou a universidade com elegibilidade restante desde o término da temporada universitária aproximadamente um ano antes do Draft para competir em uma liga profissional nacional. 
  4. Qualquer outro jogador selecionado pela liga (como estudantes veteranos pré-contratados ou jogadores de seleção pré-contratados).

Para explicar melhor, talvez faça sentido contextualizar o que é um jogador Generation Adidas, ou Geração Adidas. São jogadores selecionados pelos scouts do projeto, obviamente patrocinados pela Adidas, que estão no primeiro ou segundo ano de universidade, ou atuando em uma seleção de base dos Estados Unidos. Um jogador Generation Adidas pode ganhar uma vaga no draft independente de sua situação acadêmica. 

Vários torneios são promovidos pela federação local, em conjunto com a Adidas, como parte do processo de scout desses atletas. Ele tem como objetivo dar a oportunidade a talentos locais que não estariam elegíveis ao draft de acordo com a pirâmide universitária, ampliando um pouco o leque de opções dos clubes. 

Vale ressaltar, também, que o draft da MLS só seleciona jogadores de universidades dos Estados Unidos. As universidades canadenses participam do draft da Canadian Premier League

draft faz sentido no futebol? 

A MLS conseguiu, através desse sistema, revelar ao longo dos anos jogadores importantes para a liga. Nomes como Clint Dempsey, Carlos Bocanegra, Cyle Larin e Michael Bradley vieram do draft.  

O sucesso do esporte universitário nos Estados Unidos não é comparável com nenhum outro país. É algo único. E algo indiscutível, também, é a importância do estudo na formação do indivíduo. No futebol, por outro lado, a existência de um sorteio para que os clubes selecionem jogadores promissores parece não fazer muito sentido. Não na forma como o resto do mundo vê o esporte. 

Para o desenvolvimento do atleta, é inegável que interromper o ciclo de sua formação em um clube, com estrutura profissional voltada para o esporte, pode significar uma perda grande. Para as equipes, perder um atleta aos 18 anos e tê-lo de volta aos 22, 23, sem fazer parte de sua formação nesse hiato, faz pouco sentido. Culturalmente, porém, é uma batalha perdida. 



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