Stephen Gillett, Richard Cole e Alex Lawes adicionam um pouco de “Molho Ingls” para oGol. A coluna dedicada ao futebol ingls – seja no cenrio de clubes ou seleo. Do “Dog and Duck” a Wembley, de Gazza a Wazza, o Playmaker pretende trazer-lhe novos ngulos sobre as histrias que importam.
A Inglaterra confirmou a classificação para a Eurocopa 2024 no mês passado com vitória impressionante, de virada, por 3 a 1, sobre os campeões europeus, a Itália. Um duelo que, pouco mais de dois anos antes, havia decidido o campeão europeu, no mesmo campo, em Wembley, com festa italiana após disputa de pênaltis.
Preparado para seu quarto grande torneio como treinador da Inglaterra, e muito provavelmente, como vem sendo sugerido, o último, Gareth Southgate estará ansioso para ajusta a sua máquina inglesa. O objetivo é apresentar na Alemanha a performance mais eficaz de sua era.
Southgate liderou a Inglaterra à sua primeira semifinal de Copa do Mundo em quase 30 anos, logo em seu primeiro torneio. Na sequência levou a seleção a sua segunda final de um torneio importante, com a mencionada derrota para os italianos.
No entanto, agora a pressão está aumentando, com expectativas potencialmente tão altas quanto as da equipe que foi à Alemanha para a Copa do Mund em 2006. Há mais motivos para a Inglaterra acreditar desta vez, como bons resultados, jogadores disponíveis e a sorte de uma queda na qualidade da maioria das equipes em todo o continente. No entanto, existem questões que precisam ser resolvidas por Southgate, ou pelo menos avaliadas, se quiserem chegar até o final no próximo verão europeu.
As duas questões-chave não são necessariamente novas. Problemas em termos de qualidade e profundidade na zaga não prejudicaram a Inglaterra em torneios, mas certamente a falta de controle no meio-campo em grandes jogos já custou caro aos Three Lions.
Na defesa, a confiável dupla de Harry Maguire e John Stones é algo que terá que ser examinado por Southgate. Maguire só recentemente se beneficiou de uma grande crise de lesões em Old Trafford para recuperar vaga de titular no Manchester United. Stones, por outro lado, sofreu nova lesão, e o zagueiro do Manchester City entra na categoria de “propenso a lesões”, com os seus 30 anos ao fim da temporada como agravante.
Gareth Southgate tem sido relutante em escalar Fikayo Tomori com frequência, apesar de o ex-zagueiro do Chelsea ter se tornado um pilar na defesa do Milan. Marc Guehi parece ser o favorito para substituir Maguire ou Stones, mas Lewis Dunk, do Brighton, espreita logo atrás.
A lesão de Dunk, que o mantém fora dos próximos jogos contra Malta e Macedônia do Norte, pode ser decisiva para Guehi, enquanto ele procura se estabelecer como o reserva – ou possível titular – na equipe da Euro 2024.
Substituto de Dunk entre os convocados, Rico Lewis pode ser a resposta para os problemas da seleção em controlar o meio-campo. O versátil atleta do Manchester City já foi utilizado como lateral direito, lateral esquerdo e no meio-campo por Pep Guardiola. Southgate certamente está ansioso para encontrar um parceiro para Declan Rice, permitindo que Jude Bellingham tenha maior liberdade para atacar.
Lewis, comparado a Philip Lahm, tem uma calma e confiança com a bola que, à primeira vista, parece complementar as habilidades de Rice e Bellingham. Ele poderia fornecer o nível técnico e maturidade necessários para controlar o ritmo do jogo, uma dificuldade que fez a Inglaterra desaparecer em derrotas para Croácia, Itália e França nos últimos três grandes torneios.
A Inglaterra tem esses dois jogos das eliminatórias, para cumprir tabela, e apenas dois amistosos na data Fifa de março, contra Brasil e Bélgica, antes de se reunir para o que poderia ser uma viagem que define uma nova era para o futebol europeu.
Com a vaga garantida por antecipação, e contra dois rivais frágeis, os próximos confrontos serão uma oportunidade para Southgate encontrar o equilíbrio certo e os jogadores mais adequados para a missão em 2024.
Texto de Alex Lawes
