Uma “nova” Copa do Brasil começa nesta terça-feira (20). Perde e ganha de vagas, umas regiões assumem mais protagonismo e outras perdem espaço: qual é o resultado da nova distribuição de lugares no torneio pela CBF? O modelo agora adotado abandona o ranking nacional de clubes e dá mais força às federações. Confira o detalhe de tudo que mudou, região por região, estado por estado.
Antes dos cálculos, é preciso uma explicação: a partir deste ano, a distribuição de vagas varia conforme o ranking de federações. Ou seja, as mais bem colocadas recebem mais, as piores colocadas recebem menos. Com isso, São Paulo e Rio de Janeiro tiveram direito a seis vagas; Minas, Rio Grande do Sul e Paraná cinco vagas; Ceará, Goiás, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Mato Grosso, Pará e Maranhão três vagas. Todas as demais garantiram duas vagas e esta é a primeira grande mudança. À parte do ranking de federações, 12 vagas são asseguradas por meio da Libertadores, Copa do Nordeste, Copa Verde e título da Série B.
Até a Copa do Brasil de 2023, sem o número mínimo de vagas por federação, várias tinham apenas um representante: Amapá, Roraima, Rondônia, Tocantins e Mato Grosso do Sul foram o caso na edição passada. Com a mudança, automaticamente, todos esses estados foram beneficiados com mais espaços.
Como o torneio mantém o mesmo número de equipes (92), se alguns ganham, outros necessariamente têm que perder. O estado de Santa Catarina foi o maior prejudicado em relação à edição passada: sai de seis para apenas três times – caso o critério passado fosse mantido, Avaí e Chapecoense, fora neste ano, estariam na disputa via ranking. O mesmo vale para o Santos, que acabou suprimido dentro de São Paulo pelo Botafogo de Ribeirão Preto.
Apesar de muitas mudanças, os estados com mais representantes na Copa do Brasil seguem os mesmos:
- São Paulo – nove clubes (Botafogo-SP, Ituano, Portuguesa, Água Santa, Corinthians, São Bernardo, São Paulo, Palmeiras e Red Bull Bragantino) – a perda foi de uma vaga em relação a 2023;
- Rio de Janeiro – nove clubes (Audax, Portuguesa, Olaria, Volta Redonda, Vasco, Nova Iguaçu, Fluminense, Flamengo e Botafogo) – o ganho foi de duas vagas em relação a 2023.
Na temporada passada, Minas Gerais era, sozinho, o terceiro estado com mais vagas (7), mas perdeu uma e agora fica empatado com terceira federação com mais representantes:
- Minas Gerais – seis clubes (Cruzeiro, Tombense, Athletic, Villa Nova, América e Atlético Mineiro) – a perda foi de uma vaga em relação a 2023;
- Paraná – seis clubes (Cianorte, Maringá, Coritiba, Cascavel, Operário Ferroviário e Athletico) – ganho de uma vaga em relação a 2023;
- Rio Grande do Sul – seis clubes (São Luiz, Ypiranga, Juventude, Internacional, Caxias e Grêmio) – manutenção no número de vagas.
Santa Catarina, que teve seis vagas em 2023, agora tem menos vagas que Bahia, Ceará e Goiás. Ambos perderam vagas, porém menos que os catarinenses:
- Bahia – quatro clubes (Bahia, Itabuna, Jacuipense e Vitória) – perda de uma vaga em relação a 2023;
- Ceará – quatro clubes (Iguatu, Ferroviário, Fortaleza e Ceará) – perda de uma vaga em relação a 2023.
- Goiás – quatro clubes (Anápolis, Atlético-GO, Aparecidense e Goiás) – perda de uma vaga em comparação com a última temporada.
Os estados que têm direito a três vagas são:
- Alagoas – três clubes (CRB, Murici e Asa) – manutenção das vagas;
- Pernambuco – três clubes (Retrô, Petrolina e Sport) – perda de uma vaga;
- Maranhão – três clubes (Moto Club, Maranhão e Sampaio Corrêa) – manutenção das vagas
- Santa Catarina – três clubes (Marcílio Dias, Brusque e Criciúma) – perda de três vagas em relação a 2023;
- Mato Grosso – três clubes (União Rondonópolis, Cuiabá e Operário VG) – manutenção de vagas;
- Pará – três clubes (Remo, Águia e Paysandu) – perda de uma vaga em comparação com o ano passado.
Todos os demais estados se valem do número mínimo de vagas por federação:
- Espírito Santo – dois clubes (Nova Venécia e Real Noroeste) – manutenção de vagas;
- Paraíba – dois clubes (Sousa e Treze) – manutenção de vagas;
- Piauí – dois clubes (River e Fluminense-PI – manutenção de vagas;
- Rio Grande do Norte – dois clubes (ABC e América-RN) – manutenção de vagas;
- Sergipe – dois clubes (Itabaiana e Confiança) – manutenção de vagas;
- Distrito Federal – dois clubes (Real Brasília e Brasiliense) – manutenção de vagas;
- Mato Grosso do Sul – dois clubes (Costa Rica e Operário) – ganho de uma vaga;
- Acre – dois clubes (Rio Branco e Humaitá) – manutenção de vagas;
- Amapá – dois clubes (Independente e Trem) – ganho de uma vaga;
- Amazonas – dois clubes (Manauara e Amazonas) (2) – manutenção de vagas;
- Rondônia – dois clubes (Porto Velho e Ji-Paraná) – ganho de uma vaga;
- Roraima – dois clubes (São Raimundo e GAS) – ganho de uma vaga;
- Tocantins – dois clubes (Capital e Tocantinópolis) – ganho de uma vaga.
Assim, no panorama final, a região Sudeste se torna a quem tem mais representantes na Copa do Brasil (26), ultrapassando o Nordeste que tinha 28 e caiu para 25. O terceiro lugar é do Sul, que tinha 17 e foi para 15, agora igualado com o Norte, que tinha 12 e cresceu para 15. O Centro-Oeste ainda é quem tem menos clubes (11), mas com ganho de duas vagas em comparação com o ano passado.