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Com Dorival, Brasil volta a ser competitivo e mostra desejo de protagonismo



Seja no 4-2-4 ou no 5-3-2, atravs de jogo de posio ou jogo funcional, respeitando as diversas formas de ver o futebol. Acreditando sempre na beleza do jogo, e nas diversas interpretaes do mesmo. Falo de ttica tentando fugir do professoral, mas sempre buscando ir alm. Como em uma conversa de bar. Sem espao para a saideira.

O Brasil tentou recuperar a identidade com Fernando Diniz, mas não conseguiu boa absorção da filosofia do técnico por parte do grupo de jogadores e sofreu com derrotas seguidas. Diniz não teve tempo, nem foi defendido pelos resultados, para avançar com seu trabalho. Dorival Júnior também não teve tempo, mas com o pouco que teve, fez a seleção brasileira novamente competitiva. Usou da melhor forma o que o tornou um técnico de ponta: a capacidade de se adaptar a cenários adversos e fazer do simples um mérito invejável. Os testes europeus para o técnico, que sofreu com muitas baixas no time, terminam com saldo positivo, e a esperança que o Brasil, no futuro, possa voltar a ser protagonista. 

Tanto contra a Inglaterra, como diante da Espanha, Dorival entendeu que não era o momento de ser o protagonista. As cinco estrelas no peito pesam, mas humildade nunca é demais. Desfalcada por lesões, desanimada pela sequência de resultados negativos e afetada pela turbulência na CBF, a seleção brasileira se apresentou para Dorival sem grandes expectativas. Com limões bem amargos, Dorival fez uma boa limonada. 

Feijão com arroz 

Dorival fez, na linguagem popular, um “feijão com arroz”. E cá entre nós, brasileiro adora feijão com arroz… O esquema base foi o 4-3-3, com algumas variações para 4-2-3-1 e 4-4-2. Na fase defensiva, a seleção brasileira se postou, no geral (e toda a regra tem uma exceção), em um 4-1-4-1. 

A primeira fase de construção foi feita com uma saída 3+2, com duplo-pivô de Bruno Guimarães e João Gomes. Danilo se juntou aos zagueiros (o lateral construtor que Dorival sempre gostou) e Wendell ficou mais aberto na canhota, com Vini mais por dentro formando um “triângulo” com Rodrygo e Paquetá no corredor central. Raphinha dá amplitude na direita. 

Nos primeiros jogos de Dorival, Beraldo foi completamente protagonista na saída de bola, usando a sua qualidade para dar progressão ao jogo com passes verticais, assim como Danilo. Fabrício Bruno arriscou menos nesse sentido. O Brasil fez a saída pelas laterais para avançar pelo corredor central, onde consegue superioridade numérica. A preferência de saída de Bento foi quase sempre com Beraldo. 

Avançando o campo, Paquetá ganha protagonismo na construção das jogadas. O meia, de volta para a seleção após mais de seis meses, foi a principal referência criativa do time. Dele, saíam os passes mais qualificados do meio para frente. Andreas Pereira, quando saiu do banco diante da Inglaterra, fez função parecida. Contra a Espanha, substituiu João Gomes para o Brasil ser mais protagonista com a bola nos pés. Como, de fato, foi, para correr atrás do empate. 

Sem ser o “protagonista” das partidas, o Brasil de Dorival Júnior usou muitas transições em velocidade para ameaçar os adversários. Vinícius Júnior, porém, não teve o protagonismo de costume e desperdiçou boas jogadas no último terço. Raphinha foi instável e teve atuação apagada principalmente contra a Espanha. Coube quase sempre a Endrick mudar essa dinâmica ofensiva, forçando os zagueiros a se fecharem mais na área ao criar, muitas vezes, superioridade numérica em triangulações com Rodrygo e Paquetá no corredor central. 

Na fase defensiva, como dito, o Brasil se fecha em 4-1-4-1. Um dos volantes (geralmente João Gomes) se adianta para fazer a primeira pressão pós perda. Se não roubar logo a bola, o time de Dorival recua em blocos médios e baixos. A grande deficiência nesses primeiros amistosos foi em defender o corredor central,. 

Faltou coordenação e combatividade em alguns momentos da dupla de volantes para ocupar bem essa área do campo. Contra a Espanha, Dorival tentou ajustar isso colocando André. Fabrício Bruno, muitas vezes, teve de sair em cobertura e deixou espaço nas costas. Os espanhóis conseguiram algumas finalizações perto da meia-lua nesta terça, dando trabalho a Bento. 

Outro fator que preocupou bastante, e ficou ainda mais evidente contra a Fúria, foi a marcação pelo lado esquerdo. Wendel sofreu com o jovem Yamal e deixou claro que, se por um lado Danilo passa confiança do outro lado, na canhota a seleção precisa de muitos ajustes. 

Apesar das falhas, o saldo dos primeiros desafios de Dorival na seleção é extremamente positivo. O time mostrou, acima de tudo, um desejo de vitória que fez falta em alguns momentos nos últimos anos. Ainda é um período relativamente curto para uma análise mais aprofundada, mas, de qualquer forma, o Brasil voltou a competir. Se vai recuperar o protagonismo de outros tempos, só veremos mais para frente. 



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