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Chelsea, o fantasma da camisa 9 e a tradição de meias goleadores



Pela segunda temporada seguida, o Chelsea está (bem) longe do G4 da Premier League. Sem fazer jus ao posto no big six, o time londrino sucumbiu nas últimas temporadas, com um problema recorrente: a falta de um camisa 9 de respeito. 

No futebol de alta performance, espera-se de um centroavante de uma equipe de topo na Europa pelo menos 20 gols em uma temporada. Na atual temporada, Haaland e Ollie Watkins, de Manchester City e Aston Villa, já superaram tal marca, e nomes como Mohamed Salah, Darwin Nuñez, Son e Solanke caminham na mesma direção. No Chelsea, mais uma vez, a história não é bem assim. 

Atual camisa 9 dos Blues, o nigeriano Nicolas Jackson (pelo menos em função) marcou nesta segunda-feira contra o Newcastle e chegou a 12 gols na temporada. O outro artilheiro da equipe é um meia-atacante: Cole Palmer tem 13 tentos e também deixou sua marca contra os Magpies

Palmer já jogou na ponta, no meio e, nessa temporada, até assumiu a função de falso 9. Está longe, porém, de ser um camisa 9 de ofício, embora exerça grande influência e seja protagonista para evitar uma campanha ainda mais aquém de sua equipe. 

Na Premier League, o Chelsea tem apenas o nono melhor ataque, com 47 gols em 27 jogos (média de 1,74 gol por jogo). O time de Mauricio Pochettino é o 11º na tabela, a 25 pontos do líder, Arsenal. Algo muito distante do que se espera da equipe. Mas até um pouco superior à temporada passada. 

Em 2022/23, os londrinos ficaram em 12º lugar no Campeonato Inglês e tiveram apenas o 15º melhor ataque. Ou seja, apenas Wolverhampton, Bournemouth, Everton e Southampton marcaram menos gols no campeonato que os Blues. Nenhum atacante do elenco passou dos dez gols (Havertz e Sterling marcaram nove e foram os “artilheiros”). 

O fantasma da camisa 9 

O último camisa 9 a superar a marca dos 20 gols em uma temporada pelo Chelsea foi o hispano-brasileiro Diego Costa, hoje no Grêmio, justamente na temporada do último título inglês da equipe. 

Em 2016/17, Diego Costa marcou 22 gols e ainda contribuiu com sete assistências. O Chelsea foi o campeão e teve o segundo melhor ataque da liga, com 85 gols, um tento a menos que o vice-campeão e rival, Tottenham. Costa ficou em quarto na luta pela artilharia, com 20 gols. 

Nos anos seguintes, nenhum outro centroavante chegou a marca de 20 gols em uma temporada. O único a alcançar tal feito foi o meia Eden Hazard, que em 2018/19 marcou 21 tentos e deu ainda 17 assistências em 52 partidas. Hazard, um meia-atacante, que logo em seguida se mudou para o Real Madrid e nunca mais foi o mesmo. 

Na temporada 2019/20, o Chelsea terminou na quarta colocação e ficou com o terceiro melhor ataque da liga, impulsionado pelo bom ano de Tammy Abraham, que anotou 18 tentos e, nem assim, recebeu a chance de seguir em Stamford Bridge. Em 2021/22, os Blues repetiram o terceiro melhor ataque, e ficaram com a terceira colocação na tabela (melhor desempenho desde 16/17). Naquela temporada, Lukaku anotou 15 tentos, Havertz 14 e o meia Mason Mount 13 (além de 16 assistências do último). Outro camisa 9 que somou 15 gols em uma temporada no período pós título foi Fernando Torres, em 17/18. 

Na temporada do título da Champions, 20/21, o artilheiro dos Blues foi Timo Werner, com 12 gols. Olivier Giroud foi herói na Champions e marcou mais da metade de seus gols naquela temporada no torneio (seis de 11). 

Um clube de artilheiros (e alguns fracassos)

No século XXI, nenhum outro artilheiro foi tão impactante para o Chelsea quanto Didier Drogba, a lenda africana. O marfinense participou simplesmente de quatro dos cinco títulos de Premier League do clube no século, sendo artilheiro do campeonato em duas ocasiões. Drogba participou do fim do jejum de títulos do Chelsea na Premier League em 2005, após cinco décadas de seca, e também foi companheiro de Diego Costa na conquista em 2014/15. 

O artilheiro marfinense foi o único a superar os 30 gols pelo clube em uma temporada no século. Drogba bateu a marca duas vezes, nas temporadas 2006/07 e 2009/10. Drogba foi o último artilheiro da Premier League pelo Chelsea, em 2009/10. Na temporada anterior, Nicolas Anelka havia conseguido o mesmo feito, em temporada de 25 gols pelos Blues (seu melhor ano em Londres). 

Além da dupla contemporânea, Hasselbaink foi o outro atacante que conseguiu a artilharia com a camisa azul no século, na temporada 2000/01. Com a camisa do Chelsea, Hasselbaink passou duas vezes dos 20 gols (00/01, com 27 gols, e 01/02, 29 gols). O já citado Fernando Torres foi o outro camisa 9 a passar dos 20 gols pelo Chelsea no século.

Por outro lado, nomes como Andriy Shevchenko, Samuel Eto’o, Hernán Crespo e Claudio Pizarro “fracassaram” e nunca chegaram nem aos 15 gols em uma temporada. 

O maior artilheiro… É um meia 

Apesar de todo o impacto de Drogba, o maior artilheiro da história do Chelsea… É um meia. E você, certamente, o conhece bem: Frank Lampard, lenda blue que defendeu o clube de 2001 até 2014. 

Lampard somou 211 gols em 648 jogos pelo Chelsea. Precisou, claro, de mais jogos para alcançar tal marca, e tem uma média de gols inferior a Drogba (0,33 gol/jogo, contra 0,43). 

Ainda assim, os números artilheiros de Lampard no Stamford Bridge são impressionantes. O meia somou 20 ou mais gols em cinco temporadas seguidas, e chegou a marcar 27 tentos em 2009/10. 

No top 10 dos maiores artilheiros do Chelsea também figura o já citado Eden Hazard, com 110 tentos em 352 partidas. 

Uma coisa fica bem clara: o Chelsea sente a falta de um camisa 9 de respeito. Embora Cole Palmer tenha, no passado, referências goleadoras que nunca vestiram a camisa 9… 



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