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CEO defende Fortaleza longe dos gramados até resolução de atentado: ''Vai esperar morrer alguém?''



Em um novo episódio de violência no futebol brasileiro, o ônibus que levava a delegação do Fortaleza após o empate contra o Sport na Copa do Nordeste, foi alvo de um atentado na madrugada desta quinta-feira, 22, com o uso de bombas caseiras e pedras. O resultado foi seis jogadores feridos e encaminhados ao hospital para atendimento médico. No desembarque na capital cearense já nesta tarde, o CEO do Leão do Pici, Marcelo Paz, defendeu que a equipe fique fora de partidas oficiais enquanto os seus jogadores não estiverem curados ou os criminosos sejam encontrados.

“O João Ricardo está com seis pontos na cabeça. O Escobar tomou 13, alguns na cabeça, outros na boca, além de um trauma cranio-encefálico. O Titi está com um pedaço de vidro na panturrilha que não conseguiram retirar e o Dudu está com estilhaços pelo corpo. Eu acho que o Fortaleza só deveria voltar a jogar quando seus jogadores estiverem curados. É injusto o que aconteceu. Como eu vou colocar o time em campo depois do que aconteceu?”, iniciou o CEO.

“E também acho que só deveríamos voltar a campo depois que os bandidos que fizeram isso forem punidos. Tem que ter uma reação de verdade. Só nota de repúdio e lamento não adianta. Vai esperar morrer alguém? Não morreu por intervenção divina. Hoje, fomos atacados por uma bomba caseira. Antes seriam pedras e aí parece que, por ser menos letal, as pessoas passaram a aceitar a pedra. Foram seis jogadores lesionados. Se fosse um ônibus normal, em uma cidade, e uma pessoa jogasse uma bomba? O que aconteceria com essa pessoa? Ia ser preso. Ia ser julgado. Por que com o futebol é diferente? Porque esses bandidos não são presos? Isso acontece no Brasil inteiro, pois eles se comunicam de um estado para o outro. É necessário dar um basta”, desabafou Paz.

Apesar da declaração de Paz, o Fortaleza não divulgou até o momento ter feito algum pedido de adiamento dos seus jogos à CBF. O próximo jogo marcado é contra o Fluminense-PI, na próxima quinta-feira, 29, pela primeira fase da Copa do Brasil. 

Elenco reclama

O lateral Gonzalo Escobar foi um dos feridos do ataque promovido por membros de uma torcida organizada do Sport, sofrendo um trauma cranioencefálico. Nesta quinta, ele se manifestou sobre o caso por meio de uma rede social. 

“Felizmente não tive uma tragédia, aqui com 13 pontos no rosto, mais algumas manchas. Leão, logo voltarei a lutar…- O resto ficará a cargo da Justiça ou dos responsáveis. Isso não funciona no futebol, somos seres humanos trabalhadores como todos, temos família e filhos que nos esperam em casa também”, disse. 

O volante Lucas Sasha, que sofreu ferimentos na cabeça compartilhou seu relato do atentado. “É difícil comentar alguma coisa, encontrar uma palavra que possa justificar isso, a gente veio para trabalhar, queremos voltar para casa e por pouco quase não conseguimos fazer isso. Foi uma atitude criminosa, uma tentativa de homicídio, e a gente espera que eles possam ser reconhecidos e possam pagar, isso foi um atentado contra a vida, não é a torcida do Sport, são criminosos.”

Quem também comentou o atentado foi o atacante Thiago Galhardo. “Isso é uma tremenda emboscada feita por bandidos. Tem vídeos deles combinando e correndo para fazer isso. Hoje a gente está saindo de casa para jogar bola e só queremos voltar para casa vivos. CBF, está na hora de tomar decisão branda, senão alguém vai pagar com a vida. Se for analisar os últimos três anos tem ficado cada vez mais sério”, falou.

Repercussão

Clube de todo o Brasil, incluindo a maioria da Série A fizeram publicações de solidarização ao elenco do Fortaleza e por cobranças de mais segurança no futebol brasileiro. O grande rival Ceará e o próprio Sport também se posicionaram contra o atentado cometido pela organizada. 

“Os absurdos atos de violência não condizem com a real conduta e comportamento da torcida rubro-negra, tampouco com os valores do Clube – que sempre irá abominar esse tipo de postura”, publicou o Sport. 

No início da tarde, a CBF também se posicionou sobre o caso, afirmando ser “amentável e inadmissível iniciar mais um ano chamando a atenção para este tema gravíssimo que é o da violência fora dos estádios”. A instituição apontou ter confiança no trabalho da polícia para que que os responsáveis por estes atos sejam “punidos exemplarmente”. 

“Desejo pronta recuperação a todos os jogadores e profissionais da comissão técnica que foram vítimas desse crime. A CBF seguirá implacável na cobrança e nas ações para que todo e qualquer ato de violência seja varrido do futebol brasileiro”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.



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