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Bahia se coloca como importante (e milionário) player no Brasil



Fora do Eixo um espao para falar de clubes muitas vezes excludos dos debates de futebol, para comentar seus momentos e destaques.

Quem acompanha o mercado da bola, um dos mais insanos e milionários do futebol brasileiro nos últimos tempos, convive com uma grande novidade: a presença do Bahia na briga pelos grandes jogadores. Turbinado financeiramente após ser comprado pelo Grupo City, o Tricolor quer mudar de patamar e agora disputa contratações com os times mais ricos do país, como Flamengo e Palmeiras.

Não deu outra, o Bahia foi a equipe mais comentada no mercado da bola nos últimos tempos, sendo trending topics no X (ex-Twitter). Tanto é, que mais uma vez virou tema do Fora do Eixo, expondo uma nova realidade das tranferências no Brasil. Até o momento, o Tricolor, que se reapresenta neste sábado, 6, para a temporada 2024, ainda não anunciou reforços, mas tem engatilhado nomes de peso. 

Em uma só tacada, o Tricolor deu um grande recado aos concorrentes ao acertar as contratações do meia Everton Ribeiro e Jean Lucas. O primeiro é ídolo do Flamengo, onde tinha proposta para renovação, mas foi seduzido pelo projeto (salário, tempo de contrato, oportunidades) oferecido pelo Bahia e deixa o Mengão após sete anos e diversos títulos. Ribeiro também interessava a outros gigantes do Brasil. 

O Bahia também venceu a concorrência com o Internacional e acertou a contratação de Jean Lucas por cerca de R$ 24 milhões, em negócio que pode chegar até a R$ 30 milhões. O Tricolor aproveitou um momento de baixa do jogador e do Santos, rebaixado para a Série B, para assegurar o negócio. O meia de 25 anos deve assinar contrato longo, ser importante tecnicamente e ainda um ativo que pode ser revendido no futuro. 

Mais do que isso, Jean Lucas também será a maior contratação de um time do Nordeste, e, obviamente, da história do Bahia. Mais uma prova da força financeira de um clube com dívidas quitadas por sua SAF e que promete um pesado investimento após quase ser rebaixado novamente no último Brasileirão. 

O nome do Bahia também apareceu ligado em outras negociações importantes. A mídia italiana colocou o clube como um dos que sondaram o lateral-esquerdo Matias Viña, também na mira de Corinthians e Flamengo. Também na Itália foi noticiado que o Tricolor tem conversas em andamento com o centroavante Kaio Jorge, revelado pelo Santos, que pertence a Juventus, mas está emprestado ao Frosinone.

Na busca por um camisa 9, o Bahia também foi citado como um clube que concorre com o Palmeiras para contratar Carlos Vinicius, centroavante ex-Benfica e Totttenham, que hoje está no Fulham. Em outra concorrência com o Verdão, o time do Grupo City também teria feito proposta ao Fortaleza por Caio Alexandre. Também há uma briga com o São Paulo pelo atacante Ferreirinha, do Grêmio. Todas essas negociações foram noticiadas por veículos de comunicação de alta credibilidade. 

Além disso, assim como colocado outra vez nesta coluna, o Bahia também demonstrou uma grande força ao segurar o meia Cauly, seu destaque em 2023, nem abrindo negociações com bicampeão brasileiro Palmeiras, que poderia seduzir o meia. Em nenhum momento, uma transferência chegou a ser cogitada. Pelos valores noticiados, seria a maior venda do clube, mas isso pouco importou. 

A questão é que o Bahia se posiciona no mercado brasileiro em 2024 como um comprador de enorme capital e com um projeto extremamente ambicioso, capaz de seduzir grandes jogadores mesmo sem disputar uma competição internacional no ano. Claro que muitas dessas negociações podem não ser concretizadas, mas se mostra como um rival ferrenho para os principais clubes do país. 

Nas redes sociais, esse posicionamento já passou a incomodar, com torcedores criticando um suposto enriquecimento ilegal e prejudicial ao futebol brasileiro, reacendendo um debate sobre ‘fair play financeiro’. Ora, é curioso que esse debate surja somente quando um clube de fora do eixo (em homenagem à coluna) se coloque no meio de gigantes (mesmo que ainda não dentro de campo) e ameace o status quo. 

Afinal, um fair play financeiro seria super bem vindo, mas não dá para recordar da existência desse mesmo clamor sempre que os super endividados Atlético Mineiro e Corinthians fazem compras milionárias. Ou não era preocupação quando o Cruzeiro vendeu a alma para fazer times fortes na década passada. Também não virou tema quando o Vasco (também SAF) gastou, assim como o Bahia, mais de R$ 100 milhões em reforços. Há muitos outros exemplos. 

A grande verdade é que é impossível saber onde o Bahia quer chegar. Em suas poucas declarações públicas, o pouco comunicativo Grupo City pediu cautela e não prometeu brigar por títulos, ao menos não rapidamente. Por outro lado, o forte posicionamento no mercado, o ambiente criado, o apoio da torcida e até mesmo o exemplo do Girona, vice-colocado do Campeonato Espanhol, ao fim do primeiro turno, animam os tricolores.

Para quem vê de fora, resta aceitar que esse é um novo momento no mercado da bola brasileiro, super inflacionado pelos milhões injetados pelas SAFs, mas com maior número de equipes protagonistas. A ver se isso só aumenta o abismo para outros clubes menores e sem poder de investimento, ou se traz mais equilíbrio ao nosso futebol. 



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