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A prova do desequilíbrio: Cruzeiro encerra Brasileiro com melhor defesa e pior ataque



Da ameaça direta de rebaixamento ao alívio da confirmação da permanência na elite, o Cruzeiro protagonizou uma campanha para lá de desbalanceada no Campeonato Brasileiro em 2023. E os números, quase sempre absolutos, comprovam.

Ao fim da 38ª rodada, a equipe celeste, que terminou a competição na 14ª posição, com 47 pontos, encabeçou duas estatísticas curiosas e completamente opostas. Dono da melhor defesa (ao lado do Atlético), com apenas 32 gols sofridos, a Raposa também amargou o pior ataque do certame, com 35 gols marcados.

Solidez defensiva evita o pior

Apesar dos insucessos do português Pepa e posteriormente de Zé Ricardo, os trabalhos (somados até ao de Pezzolano no início da temporada) tiveram uma valência em comum: a consistência do setor defensivo.

Com uma linha de quatro bem definida na defesa, com Willian, Luciano Castán, Neris e Marlon, e contando com uma temporada de regular para boa de Rafael Cabral, o Cruzeiro evitou muitas derrotas no Campeonato por proteger bem sua meta.

Para se ter uma ideia, nos 38 jogos disputados neste Campeonato Brasileiro, em 16 (dez vitórias e seis empates) o Cruzeiro deixou o campo sem sofrer gols. Quase um turno inteiro de clean sheets.

O posto de melhor defesa, no entanto, só foi possível por conta de uma ajudinha do rival Atlético. Na última rodada, o Galo, que ainda sonhava com o título, acabou goleado pelo Bahia por 4 a 1 e se igualou a Raposa em gols sofridos na competição: 32.

O caos no ataque

Se por um lado a defesa foi o ponto forte na temporada ruim do Cruzeiro, o setor ofensivo – da criação ao ataque – teve a maior responsabilidade pela montanha russa celeste em 2023.

Sem grandes investimentos para disputa do Brasileiro, o Cruzeiro montou um ataque recheado de apostas, encabeçadas por Wesley, ex-Palmeiras, e Gilberto, além de Bruno Rodrigues (remanescente da campanha da Série B)… todos decepcionaram e apenas endossaram o problema crônico da equipe para balançar as redes. Ciente da deficiência ofensiva, a Raposa ainda tentou recalcular rota no decorrer do campeonato.

Na janela de transferências fechada em agosto, Ronaldo foi atrás de quatro reforços para o ataque: Paulo Vitor, que somou poucos minutos em campo e nenhum gol marcado; Rafael Elias, o ex-Papagaio, que marcou um gol em 12 jogos; Arthur Gomes, ex-Sporting, que estreou com pompa com dois gols, mas terminou a temporada com três; e Matheus Pereira, que chegou com status de maior contratação do ano, mas logo se lesionou e não conseguiu emplacar a sequência esperada.,

A tentativa mal sucedida, aliada ao péssimo desempenho coletivo e individual da equipe, fez o Cruzeiro terminar o Brasileiro com a insólita marca de 35 gols marcados em 38 jogos, superando até mesmo os ataques do lanterna América (42) e vice-lanterna Coritiba (41).

O feito celeste, inclusive, não acontece todo dia. Desde que o Brasileirão passou a ser disputado em pontos corridos, apenas outros seis times conseguiram evitar a queda tendo o pior ataque. Foram eles: Vitória, em 2003; Athletico Paranaense, em 2009; Ponte Preta e Bahia, em 2012; Corinthians, em 2013; e Sport, em 2020.



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