O Estádio Santiago Bernabéu é o palco mais lendário da Liga dos Campeões. Quando você fala em uma noite especial de Champions, não há como sonhar com outro palco. O brasileiro Fernando Costanza teve o seu momento mágico no futebol na casa do Real Madrid, em 2020. Desde então, conseguiu se firmar no futebol europeu e não pensa em voltar ao Brasil.
Fernando é cria de General Severiano e começava a ganhar espaço no elenco botafoguense no Campeonato Brasileiro de 2020 quando recebeu uma proposta inusitada: a de trocar o Rio de Janeiro pela Moldávia. Em conversa com a reportagem de oGol, o jogador conta o que pautou sua escolha na época.
“Quando recebi a proposta do Sheriff, me apresentaram o projeto do clube e os objetivos que tinham… O que mais tinha me chamado atenção era a oportunidade de disputar os playoffs da Champions League e buscar uma vaga na fase de grupos… Jogar a Champions era um sonho para mim também, então eu acreditei no projeto que o clube me apresentou e aceitei esse desafio”, contou o brasileiro.
Como confessa Fernando, tudo saiu até melhor do que o esperado. Bicampeão moldavo com o Sheriff, o lateral brasileiro teve de passar por um longo caminho na Pré-Liga dos Campeões até chegar na fase de grupos no torneio. Mas ajudou o Sheriff a deixar pelo caminho favoritos como o Estrela Vermelha e o Dinamo Zagreb. O sonho se tornou possível.
Visto como o saco de pancadas em um grupo com Real Madrid, Shakhtar Donetsk e Inter de Milão, o Sheriff fez uma campanha que surpreendeu a todos.
“No final, terminamos em terceiro com sete pontos em um grupo onde diziam que não somaríamos nenhum ponto e ainda conquistamos a vaga para as oitavas de final da Europa League… Foi um momento muito marcante para mim”, recordou.
A cereja do bolo foi no Santiago Bernabéu: no dia 28 de setembro de 2021, o Sheriff conquistou, provavelmente, a maior vitória da história do clube, superando os Merengues por 2 a 1. Naquela noite, o Real chutou mais de 30 vezes ao gol, e só marcou, de pênalti, com Benzema. O Sheriff venceu com gol já aos 44 do segundo tempo, de Sebastien Thill.
“O momento mais especial pelo Sheriff, sem dúvidas, foi a nossa trajetória na Champions, o jogo do Real Madrid com certeza foi o auge, foi algo que ficou marcado na história. Mas toda nossa trajetória foi incrível. Nos playoffs passamos por quatro fases até chegar a fase de grupos, eliminamos times muito tradicionais como o Dínamo Zagreb e o Estrela Vermelha, já na fase de grupos conquistamos quatro pontos contra o Shakhtar Donetsk e a cereja do bolo foi a vitória contra o Real dentro do Bernabéu”, fez questão de ressaltar Costanza.
Pouco depois da participação naquela Champions, Fernando se mudou para a Rússia, onde joga até hoje. O brasileiro, que pode jogar tanto na lateral, quanto no meio, viu a mudança como um passo adiante na carreira.
“O Sheriff na liga local sobrava, não existia muita competitividade com as outras equipes, pois o Sheriff é disparado a equipe mais forte da liga. Havia dois clubes que se podia ter um jogo um pouco mais competitivo, mas o Sheriff sobra… Já a Liga Russa é uma liga muito forte, com muitos times bons e é uma liga onde em todos os confrontos, pode ser que o favorito não vença, há um ótimo nível de competitividade”, contextualizou.
Embora tivesse sido apresentado ao frio na Moldávia, o carioca nunca sofreu tanto quanto no inverno russo, com temperaturas negativas e neve em Samara, cidade onde joga o Krylya Sovetov.
Já mais adaptado, e aproveitando a sua polivalência, Fernando conquistou a titularidade da equipe e, na atual temporada, soma três gols e uma assistência em 19 partidas. Hoje, o brasileiro tem como objetivo seguir na Europa, e descarta um possível retorno ao Brasil.
“Sendo sincero, não me vejo voltando para o Brasil no momento. Estou feliz na Rússia, adaptado, minha família gosta e se sente bem, então pode ser que futuramente aconteça, mas atualmente meu desejo é ficar na Europa e seguir evoluindo aqui”, arrematou.
