0

Tiago, de Orobó para a Coreia: dois anos seguidos de artilharia e o desafio no gigante



No Brasil, Tiago Orobó talvez tenha vivido o ápice em 2020, quando começou o ano como artilheiro do Brasil pelo América de Natal. O atacante ainda passou por Fortaleza, Ponte Preta e Londrina antes de desbravar novos mercados. Hoje, é um artilheiro valorizado na Coreia. 

Antes, porém, Orobó passou pela Arábia Saudita. Em 2022, atuou pelo Al-Jabalain, mas longe dos holofotes da Liga Saudita. Jogou a segunda divisão, campeonato bem diferente da primeira. A oportunidade na Coreia do Sul apareceu para o artilheiro “subir de patamar”. 

“A gente estava buscando o acesso, era início de campeonato ainda quando saí. A estrutura não era ruim, o campo de treino não era ruim, mas o clube, nos últimos campeonatos, não tinha brigado para subir. Outro motivo de eu ir para Coreia foi esse também, abrir o mercado, tentar um campeonato melhor, a gente sabe que a qualidade na segunda da Arábia, pelo menos quando eu estava lá, não era tão boa. Não sei como está hoje”, contou, em conversa com a reportagem de oGol.

Orobó viu as portas do futebol sul-coreano se abrirem através do Gyongnam, na K-League Challenge, a segunda divisão local. Mesmo na segunda liga, viu um contexto competitivo bem diferente, de nível elevado se comparado com o que viu na Arábia Saudita. 

“Aqui na Coreia, o nível técnico é melhor, a diferença é muito grande. O futebol é muito mais rápido, muito mais dinâmico, muito mais físico. Depois que cheguei na Coreia, vi também que a estrutura dos clubes era melhor, os estádios eram lotados, coisa que a gente não via na segunda da Arábia”, explicou. 

Apesar de não falar nada de coreano, Orobó não demorou a se adaptar ao novo clube. Principalmente pela companhia de companheiros brasileiros, assim como pela boa receptividade sul-coreana. 

“Fui muito bem recebido pelos coreanos, jogadores, pessoal do clube, e muito também pelos brasileiros. Eu cheguei e tinham dois brasileiros bem adaptados, que eram o Willyan e o Hernandes. Além do preparador físico, Rafael. Os três já estão na Coreia há um tempo. Eles foram dando as dicas, os conselhos, como funciona tudo. Sem contar que os próprios coreanos me receberam muito bem. Minha adaptação foi muito boa”, contou. 

O brasileiro se viu motivado no novo desafio e logo voltou a fazer o que mais sabe: gols. Terminou a segunda divisão coreana com 19, empatado na artilharia com Yu Kang-Hyun. O Gyongnam, porém, não conseguiu o acesso. 

“A gente chegou bem próximo do acesso, fomos até o playoff, mas não conseguimos. Mas para mim, foi especial, no primeiro ano, conseguir ser vice-artilheiro. Foi uma temporada muito boa”, garantiu. 

Orobó se espelha em brasileiros que fizeram sucesso no futebol sul-coreano, como Júnior Negão e Cesinha, e também constrói carreira sólida por lá. Se o Gyeongnam não conseguiu o acesso, Orobó, sim, foi para a K-League. 

Após o destaque no Gyeongnam, o brasileiro recebeu a oportunidade de defender o Daejeon Hana Citizen. Voltou a contar com a ajuda de companheiros brasileiros para se adaptar rápido, e terminou o ano artilheiro do Campeonato Coreano, com 17 gols, junto com Joo Min-Kyu. Orobó, que assistia os jogos da primeira divisão como motivação para um dia lá chegar, se tornou logo referência de gols. 

“Eu assistia muitos jogos da primeira divisão quando estava na segunda. Já via que o nível era bem mais competitivo, qualidade técnica maior. Queria provar, queria ver como era. Sei também que era uma interrogação, que havia saído da segunda, e eles queriam ver se na primeira, eu conseguiria repetir a performance. Graças a Deus, consegui fazer mais um ano abençoado”. 

Tiago leva o nome de sua cidade no apelido: Orobó, em Pernambuco. Bem longe de lá, se vê adaptado e feliz na Coreia do Sul. Gosta de ler livros de investimento e performance em cafés locais, joga basquete nas horas vagas e vive uma vida tranquila com a família. 

“Minha vida daqui é tranquila. Gosto de ler meu livro no café, só em fazer isso, já estou feliz. Aqui é um país tranquilo, bonito, muitas opções para você sair com sua família. Agora estou com a bebezinha de dois meses. Estou aproveitando com ela, nos parques, no café. Coreano gosta muito de café, também gostou. Vou lá, pego meu livro, vou lá, tomo um café. Gosto também de assistir muito NBA, todos os dias procuro estar por dentro, acompanho, vejo os jogos. Sou muito fã do Golden State Warriors, até brinco, pego a bola, vou lá na quadra. Não sei jogar, não sei nada, mas fico lá arremessando”, brincou. 

Em 2024, o atacante pernambucano terá um desafio ainda maior: defenderá o Jeonbuk Motors, um dos maiores clubes coreanos, nove vezes campeão nacional e duas vezes campeão continental. 

“A gente sabe que vai ter uma cobrança muito grande, porque o clube perdeu ano passado a final da Copa, terminou em quarto a liga. A gente sabe que a pressão vai ser grande, mas venho com muita confiança, que vou fazer um ano bom. Ajudar os companheiros e o Jeonbuk, quem sabe disputar os títulos, a chance de ser campeão, isso que vou buscar”, projetou. 



Peneirabrasil

Somos uma Site Especializado na Divulgação de Peneiras de Futebol.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *