A Amrica do Norte a terra do Donuts, do Maple Syrup, do Poutine, de calor e frio extremo. Do basquete da NBA, do hockey da NHL, do baseball da MLB. E tambm a terra do soccer.
A Major League Soccer há alguns anos se tornou uma opção de mercado interessante para jogadores brasileiros. Não apenas atletas renomados em reta final de carreira, mas também jovens que ainda não estão prontos para o salto para a Europa. Nesta janela de transferências, esse caminho segue aberto. Mas virou uma via de mão dupla.
Se o mercado norte-americano foi capaz de investir entre R$ 50 milhões e R$ 70 milhões em nomes como Talles Magno e Brenner, além de trazer da Europa nessa faixa de valores jogadores como Luiz Araújo e Evander, os clubes brasileiros conseguiram contra-atacar mais recentemente.
Já ano passado, Luiz Araújo, que chegara como contratação recorde ao Atlanta United, deixou o clube rumo ao Flamengo por R$ 48 milhões, nove milhões de euros na época. O rival, Vasco, trouxe Sebastían Ferreira do Houston Dynamo, mas, sem o mesmo sucesso, não exerceu a opção de compra.
Nessa janela de transferências, os clubes brasileiros parecem ainda mais atentos aos movimentos da MLS. O próprio Flamengo, que comprou Luiz Araújo, estuda investida parecida em Evander, do Portland Timbers, negociação confirmada pelo vice de futebol Marcos Braz.
Ainda no Rio de Janeiro, o Botafogo encaminhou a contratação de Savarino, do Real Salt Lake, por R$ 13 milhões. O Glorioso estava interessado também em Gregore, volante do Inter Miami, que, hoje, está mais perto de assinar com o Bahia. A equipe da Flórida pede R$ 17 milhões pelo volante.
O Bahia pode, também, concluir a compra de Caio Alexandre, que esteve emprestado pelo Vancouver Whitecaps ao Fortaleza. O Leão do Pici, por sua vez, está perto de se reforçar com Luquinhas, do New York Red Bulls. O ponta vem de duas boas temporadas em Nova York, com 70 jogos, dez gols e oito assistências.
As equipes brasileiras se mostram atentas, também, a oportunidades de mercado envolvendo jogadores da MLS. Max, afastado do Colorado Rapids desde que foi investigado por ligação com caso de apostas, foi comprado de volta pelo Cuiabá. Diego Palacios e Antônio Carlos, em fim de contrato, assinaram com Corinthians e Fluminense, respectivamente.
Via de mão dupla promete seguir
A MLS promete seguir investindo altas cifras no talento brasileiro. O LA Galaxy, por exemplo, se aproxima dos R$ 50 milhões por Gabriel Pec, do Vasco. O projeto de expansão da liga prevê não apenas a fomentação do esporte por lá, trazendo talentos internacionais: almeja tornar os clubes locas bons vendedores.
Os irmãos Aaronson, por exemplo, estão jogando a atual temporada da Bundesliga por Eintracht Frankfurt e Union Berlin. O canadense Alphonso Davies saiu direto de Vancouver para Munique por 14 milhões de euros, já há algumas temporadas. Seu compatriota Koné, mais recentemente, deixou Montréal para reforçar o Watford, da Inglaterra. Brenner foi para a Udinese após vingar no Cincinnati. Artilheiro da MLS, Taty Castellanos rendeu quase 20 milhões de dólares ao New York City, e hoje está na Lazio.
Hoje, na liga, o New England Revolution talvez seja o modelo a ser seguido. Com boa estrutura de treinamentos para as divisões de base e uma análise de mercado mais apurada, com um departamento de scouting que busca quase sempre jogadores que possam dar um retorno financeiro ao clube, além de retorno técnico, o New England superou os 40 milhões de dólares com vendas nos últimos dois anos com nomes como Djordje Petrovic (Chelsea), Tajon Buchanan (Club Brugge e hoje na Inter), Adam Buksa (Lens), Matt Turner (Arsenal).
Hoje, a MLS é uma liga que dialoga com os principais mercados do mundo. Com o crescimento de investimento no Brasil, seria natural que a relação se tornasse uma via de mão dupla.
