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Fundado em 2019, Amazonas investe alto para levar o Norte de volta à Série A



Fora do Eixo um espao para falar de clubes muitas vezes excludos dos debates de futebol, para comentar seus momentos e destaques.

Fundado em maio de 2019, o Amazonas contou uma das histórias mais surpreendentes do futebol brasileiro neste ano. Recém-promovido para a Série C, o clube fez uma campanha irretocável e, com justiça, acabou campeão. O título nacional faz a Onça Pintada, como carinhosamente é chamado, chegar na segunda divisão com menos de cinco anos de existência. 

Atual campeão estadual, o Amazonas foi competitivo desde o início da Série C, conquistando 32 pontos e ficando na terceira posição na primeira fase, quando todos os clubes se enfrentam e apenas oito avançam. Em seguida, liderou o seu grupo com 12 pontos em seis jogos, eliminando Volta Redonda e Botafogo da Paraíba para garantir o seu inédito acesso a Série B. 

Só que a fome da Onça Pintada não acabou por aí, já que ainda tinha pela frente a final contra o Brusque, que liderou o outro grupo. Na ida, em casa, não conseguiu sair do 0 a 0. Então o título foi conquistado em Santa Catarina, quando saiu atrás, mas conseguiu a virada em 2 a 1, com gol de Sassá. 

O atacante ex-Cruzeiro inclusive também vale um destaque. Em busca de uma retomada de carreira após surgir bem, mas esbarrar em problemas extracampo, ele foi o grande nome do Amazonas. Sassá marcou 18 gols em 24 jogos na Série C e liderou a artilharia. Mais do que isso, ele se tornou o maior artilheiro de uma única edição da Terceirona. 

De volta ao Amazonas, o feito por si só já é histórico, já que foi o primeiro título nacional de um clube amazonense. Além disso, a Onça Pintada quebrará um jejum de 18 anos sem que um representante do estado frequentasse a Série B. A última participação foi do São Raimundo, em 2006.

A grande questão é que o Amazonas não parece que irá chegar na Série B a passeio, com a promessa de ser uma equipe extremamente competitiva. Segundo o presidente do clube, Wesley Couto, o planejamento é investir R$ 70 milhões em 2024. 

“Estamos finalizando a questão do orçamento e do investimento que será significativo para o Estado e para o futebol amazonense. O planejamento hoje é alto e significativo. O planejamento inicial é de R$ 70 milhões. Estamos trabalhando com um fundo de investidor internacional. E isso vamos aprimorando cada vez mais”, afirmou na última semana. 

O valor é expressivo dentro do universo da Série B. Para se ter uma ideia, o Vitória, que acabou campeão em 2023, teve um orçamento de R$ 61 milhões. Juventude (R$ 35 milhões), Criciúma (R$ 22 milhões) e Atlético Goianiense (R$ 64 milhões) também conquistaram o acesso. Vale citar que esses foram os valores aprovados por cada Conselho Deliberativo dos clubes ainda no final de 2022 e podem ter variado para cima ou para baixo.

“Nosso lugar é na Série A. Nascemos para isso”, disse o CEO do Amazonas, Roberto Peggy, em entrevista ao UOL, antes da final da Série C. Ele também detalhou o planejamento do clube, com o fortalecimento da base e uma meta de ter 50% do elenco formado em casa até os próximos três anos. 

Polêmicas

Criado em 2019 por empresários locais, o Amazonas fez o investimento valer a pena no mesmo ano, quando subiu para a elite do Estadual. A grana atraiu nomes famosos conhecidos do futebol nacional, como Maykon Leite, Eduardo Ramos e Walter. Mas também fica a polêmica quanto ao apoio da Prefeitura de Manaus, do Governo do Amazonas, com outros clubes reclamando de não ter o mesmo tratamento. 

Neste ano, a prefeitura de Manaus repassou R$ 2 milhões a Manaus e Amazonas, sob a alegação de que seria um patrocínio. O valor teria sido enviado através de Edital de Chamamento, mas a imprensa local afirmar que detalhes do critério de seleção não constam no Portal da Transparência. 

Em julho deste ano, o Governo de Amazonas enviou R$ 7,5 milhões como patrocínio aos clubes de futebol masculino e feminino, repasse inédito, que ficou sob responsabilidade da Federação Amazonense de Futebol. Manaus e Amazonas receberam R$ 1 milhão cada por estar na Série C. Os repasses públicos foram criticados

No entanto, a maior crítica ao Amazonas é por conta de uma controversa emenda parlamentar da deputada Joana Darc neste ano. Ela pediu R$ 15 milhões emendas destinadas ao clube, mas apenas R$ 3,5 milhões acabaram empenhados. A justificativa era de destinar o dinheiro para o projeto Guardiões do Futebol, para a realização de peneiras no interior do estado, mas acabou se tornando uma importante fonte de renda para a Onça-Pintada.

“O Amazonas recebe muita emenda. A folha salarial é desconhecida. Alguém sabe quanto ganha o Sassá?”, declarou anteriormente o presidente do Rio Negro, Jefferson Oliveira. 

Joana Darc foi notificada pelo Tribunal de Contas do Amazonas para esclarecer a tramitação da emenda.

Por outro lado, o crescimento do recém criado Amazonas também tem auxiliado no fomento do esporte local. O clube manda seus jogos na Arena da Amazônia, cuja construção para a Copa do Mundo de 2014 custou R$ 600 milhões, mas depois se tornou um ‘Elefante Branco’. Nessa segunda parte da Série C, a Onça Pintada levou uma média de público de quase 21 mil pessoas ao estádio. 

Norte de volta a Série A?

A região Norte do Brasil costumeiramente é a que fica com menor número de representantes na primeira divisão. O Paysandu é a o clube da região que mais esteve na elite do futebol nacional, com 20 participações. Na sequência aparecem Remo, com 14 participações, empatado com o Nacional, clube do Amazonas. 

Mas um time do Norte na primeira divisão é algo que não acontece há muito tempo. A última participação do Remo foi em 1994, quando acabou rebaixado. Já o Paysandu, que esteve na Libertadores de 2003 e venceu o Boca Juniors, na Argentina, conquistando uma das maiores glórias da região, está fora da primeira divisão desde 2005. Será que o Amazonas vai quebrar essa escrita?



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