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A evolução tática da Inter de Inzaghi: o melhor futebol da Itália


Seja no 4-2-4 ou no 5-3-2, atravs de jogo de posio ou jogo funcional, respeitando as diversas formas de ver o futebol. Acreditando sempre na beleza do jogo, e nas diversas interpretaes do mesmo. Falo de ttica tentando fugir do professoral, mas sempre buscando ir alm. Como em uma conversa de bar. Sem espao para a saideira.

A Internazionale, de Simone Inzaghi, é um dos times mais interessantes de se ver jogar atualmente. Na Itália, sem dúvidas, é a equipe que apresenta o melhor futebol. A capacidade do elenco de entender a proposta de Inzaghi chama a atenção, com movimentos táticos interessantíssimos. 

Melhor ataque da Serie A, com 37 gols, nove gols a mais que quem vem atrás, e melhor defesa, com apenas sete gols sofridos em 15 rodadas, a Inter mostra uma solidez que a coloca no topo da tabela, e também nas oitavas da Champions (com algumas ressalvas na campanha europeia). 

Inzaghi manteve seu 3-5-2 que, para muitos, é pragmático. Preza, de fato, pelo equilíbrio. Mas a nova versão do esquema para a temporada, com adaptações pelas saídas de Onana, Lukaku, Dzeko e Correa, e impulsionado por Marcus Thuram, faz as críticas quase cessarem. 

Começando pelo princípio, é interessante observar que os mecanismos de saída na primeira fase de construção não mudaram muito com relação à última temporada. Mas os jogadores, mais confortáveis com a proposta de Inzaghi, pelo tempo maior de trabalho, conseguem movimentações que fazem o jogo fluir de forma mais natural. Afinal, apesar de toda a tática, no fim, o que fala mais alto é a tomada de decisão dos 11 que estão no campo. 

A Inter tem uma saída 3+1. Mkhitaryan, Çalhanoglu ou Barella recuam para fazer a saída de bola com os zagueiros, enquanto os dois outros meias que restam se posicionam entrelinhas mais na frente. Os alas ficam sempre muito abertos, e os dois atacantes se movimentam para mexer com as linhas defensivas inimigas. 

Saída 3 + 1, com meias avançados no entrelinhas

Uma mudança decisiva na primeira fase de construção da Inter para essa temporada, se comparada com a anterior, é a presença de Sommer. Onana participava muito mais da construção com os pés. Sem um goleiro capaz de avançar mais com a bola nos pés, o recuo de um dos meias se tornou ainda mais importante. 

A alternância do meia que recua para fazer a saída 3+1 já causaria, por si só, dúvidas na análise de desempenho do adversário. Mas um movimento que acontece em algumas partidas aumenta, ainda mais, o repertório nerazzurri nessa fase do jogo: esse meia que recua pode trocar de posição com um zagueiro, recuando mais para receber a bola, enquanto o zagueiro avança e entra na linha de meias (como Barella fez na imagem abaixo, com Acerbi avançando). 

Troca de Barella com Acerbi

Quando a Inter enfrenta marcações muito adiantadas, a capacidade de jogar de costas para o gol de Lautaro se torna uma arma importante, com um passe mais direto de trás para o argentino, que procura um companheiro para tocar, gira, e tem campo aberto para avançar. 

A mobilidade de Lautaro dá muita opção ao ataque interista. Avançando para a fase ofensiva, além de se movimentar o tempo todo ao lado de seu companheiro de ataque (Marcus Thuram), Lautaro pode, também, trocar de posições com um dos meias, recuando para receber a bola e deixando espaço para a infiltração de um meia (como nas imagens abaixo, com Barella, mais uma vez, mostrando sua polivalência). 

O camisa 10 argentino merece um capítulo à parte. Além da inteligência posicional que potencializa a equipe, Lautaro tem números individuais fora de série: são 16 gols em 21 partidas, com média de 0,76 gol por jogo, a melhor da carreira. 

Lautaro recua para receber e abre espaço para Barella avançar

Barella infiltra

 A presença ofensiva dos alas é, também, decisiva. A Inter costuma construir pelo meio, congestionado, atraindo o rival para o corredor central para, perto de definir as jogadas, abrir na ponta para o último passe. Dumfries e Dimarco, os alas mais frequentes, participaram diretamente de 13 gols na temporada (três gols e quatro assistências para Dimarco, dois gols e quatro assistências para Dumfries). 

Na fase defensiva, a Inter alterna entre o 4-4-2 e o 5-3-2, dependendo do momento do jogo, e também do posicionamento do adversário. Os alas, mais uma vez, têm papel decisivo. Ajudam a pressionar alto, quando a marcação avança, e também recompõem no 5-3-2 quando o time está mais recuado. 

Fase defensiva em 4-4-2

O time de Inzaghi adota uma pressão em blocos altos em um primeiro momento, com alas presentes no último terço sempre no lado do portador da bola. Se a bola não é recuperada rapidamente, o time recua os blocos e se fecha em 5-3-2. A presença de Marcus Thuram dá gás, também, para uma marcação mais eficiente nos corredores laterais. 

pressão alta da Inter, de laranja, em 3-5-2

A Inter é a cara de um time bem treinado. Com movimentos coordenados, boas decisões tomadas no campo e um coletivo coeso. Tem um grupo versátil de jogadores que sempre busca novidades em campo para confundir o adversário. A temporada provará, entretanto, se Inzaghi tem profundidade o suficiente no elenco do meio para frente para lutar em todas as frentes até o fim. 



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