Fluminense e Manchester City entram em campo apenas na próxima semana, mas o Mundial de Clubes já começa nesta terça-feira. A partida de abertura, ao contrário do habitual, terá em campo um dos clubes com maiores expectativas no torneio: o Al-Ittihad. Campeão árabe, o representante do país-sede chega como uma das forças capazes de fazer frente ao Tricolor, e até ao domínio europeu.
Para o Fluminense, a partida desta terça-feira servirá, em grande parte, para observar um dos possíveis rivais. O Al-Ittihad tem pela frente o Auckland City, campeão da Oceania, que na teoria é o mais frágil de todos os vencedores continentais.
O vencedor de Al-Ittihad e Auckland volta a campo no dia 15 e para um duelo duro contra o campeão africano, o Al-Ahly. Quem ganhar encara o Fluminense no dia 18. A final está agendada para o dia 22.
Benzema e Kanté recuperados, Luiz Felipe fora
A boa notícia para o Al-Ittihad é a recuperação de suas duas estrelas. Karim Benzema esteve fora nas duas últimas semanas com problemas musculares e era dúvida para a estreia, mas está recuperado e vai poder ajudar a equipe na luta pelo Mundial, competição que venceu por cinco vezes com o Real Madrid.
A condição física de Kanté também era uma incógnita para a peleja. O jogador ficou de fora por praticamente um mês antes do Mundial, mas conseguiu se recuperar a tempo. Embora ainda em busca de ritmo de jogo, o francês foi titular na última partida do Campeonato Árabe, contra o Damac FC, com 63 minutos em campo antes de dar lugar a Fabinho, ex-Liverpool e cria do Fluminense.
A má notícia para o Al-Ittihad é a perda de Luiz Felipe, um dos pilares no setor defensivo. O ítalo-brasileiro se machucou na partida contra o Damac, logo no início, e é desfalque certo para o Mundial.
Novo comando, problemas defensivos e campanha ruim no Árabe
As estrelas do Al-Ittihad são conhecidas internacionalmente. A forma como jogam, nem tanto. E o recorte atual não é dos mais animadores para os torcedores do clube. Campeão em 2022/23, o time ainda busca a sua melhor forma na atual temporada e vem derrapando mais que o esperado contra rivais frágeis: a equipe ocupa a quinta posição no campeonato local, algo difícil de explicar considerando o investimento alto, reservado apenas aos quatro clubes controlados pelo governo árabe (os outros são Al Hilal, Al-Ahli Jeddah e Al Nassr).
A crise de resultados e identidade acabou por derrubar Nuno Espírito Santo, treinador português responsável por comandar a equipe no título do ano passado. NES, como é conhecido, teria tido inclusive desentendimentos com Benzema, que teriam sido a gota d’água em uma temporada decepcionante. O escolhido para substituir o luso foi Marcelo Gallardo, que fez história no River Plate e já chegou a ter embates com o Fluminense pela Libertadores.
É difícil avaliar o trabalho de Gallardo em tão pouco tempo no Al-Ittihad. Os resultados até aqui foram positivos. Foram três vitórias nas primeiras partidas, com a derrota para o Damac na conta, em grande parte, pela escalação de um time misto. A qualidade dos rivais não foi a melhor para entender a força real do clube antes do Mundial: não se esperava muito de Olmalik FC, Al Khaleej e Sepahan, além do próprio Damac.
O foco no Mundial de Clubes pode atrapalhar também o desempenho no Campeonato Árabe, mas uma das dificuldades evidentes do Al-Ittihad é na defesa. Nos últimos oito jogos, mesmo com quatro vitórias na conta, o clube sofreu gol em todos. Erros defensivos que podem ser fatais em um nível mais elevado do Mundial.
Quanto ao “fator Benzema”, esse segue sendo um diferencial positivo para o Al-Ittihad. O sucesso do clube passa muito pela qualidade do francês. Em 20 jogos disputados, o atacante ex-Real Madrid assinou 13 gols e distribuiu cinco assistências. Apesar de tudo, Benzema não é o artilheiro da equipe, e sim Abderazzak Hamdallah, que representa a seleção marroquina. Hamdallah tem 14 gols em 2023/24.
Outro jogador importante no Al-Ittihad é o atacante Romarinho, responsável por seis gols e três assistências na temporada. O ex-Grêmio Marcelo Grohe, Fabinho e Igor Coronado, praticamente desconhecido por aqui, também são titulares. Luiz Felipe engrossaria essa lista se não fosse a lesão sofrida na última partida.
