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Platense e a insurgência às castas futebolísticas



Luz aos esquecidos, onde aqueles andarilhos do futebol vo parar. Onde as traves esto desalinhadas e o campo mal demarcado. Onde os cachorros invadem o gramado e o VAR no foi convidado. Onde?

O sistema de castas, na Índia, é baseado em uma rígida estratificação social, a partir do conceico de varnas, ou classes, que pré-determina, antes mesmo de um indivíduo nascer, seu futuro. No futebol, existe uma teoria parecida sobre grandeza.

O conceito estratificado impede, como na vida, a ascensão e sucesso dos que não fazem parte dos 12 grandes, no Brasil; do Big Six, na Inglaterra; ou de los cinco grandes, na Argentina. Não é como se existisse a ambição de um modesto Platense de se rebelar contra o sistema, mas só o fato de insurgir basta para provar que, algumas teorias, sociais ou futebolísticas, foram feitas para cair.

O grande ato de insurreição do Platense foi consumado no final de semana, ao se tornar pela primeira vez na história finalista do Campeonato Argentino, chamado no segundo semestre de Copa da Liga, uma espécie do antigo Clausura. Não importa. O que importa é que o Platense, um tradicional clube de segunda divisão, localizado na grande Buenos Aires, chegou onde nenhum outro grande foi capaz.

Nas últimas semanas, debate-se na Argentina a mudança desse estranho modelo de campeonato do país. São 28 clubes, com um campeão no primeiro semestre em sistema pontos corridos, e outro no segundo: uma disputa em dois grupos de 14 e mata-mata. Para ser rebaixado ou para se classificar para alguma competição internacional, o mais fácil é recorrer a um amigo matemático, ninguém sabe de fato o que acontece lá sem uma calculadora na mão.

Nesse contexto maluco da Argentina, uma brincadeira tomou os torcedores do país: “e se fizéssemos como nas principais ligas do mundo e organizássemos um campeonato com 20 clubes, zona de rebaixamento e classificação para torneios internacionais?”. Nesse mundo imaginário, o Platense era sempre um dos primeiros a cair para deixar o lugar intacto aos privilegiados das castas, como o Independiente e Vélez que se salvaram do rebaixamento por pouco, ou do Boca Juniors que ficou de fora da próxima Libertadores.

A classificação do Platense para a final é um tapa de luva na cara dos meritocratas. O que o Platense fez por merecer mais? Se classificou para o mata-mata com saldo de gols negativo, tem o mesmo número de derrotas e de vitórias na temporada, passou nos pênaltis nas quartas e na semifinal.

O pequeno Platense chega para a decisão com um artilheiro na temporada com oito gols, o que deve doer para o comandante, Martín Palermo, maior artilheiro da história do Boca. A fama mesmo, porém, é só no banco de reservas. É um time de completo renegados, nenhum ex-Boca, River, Racing, Independiente ou San Lorenzo, dos tais “cinco grandes”, entre os titulares. Que bom! A final é no dia 15 de dezembro, contra o Rosario Central. Não espere bom futebol, mas pode esperar por um capítulo da história.



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