0

Grupo City patina no Bahia e permanência vira alívio no fim



Fora do Eixo um espao para falar de clubes muitas vezes excludos dos debates de futebol, para comentar seus momentos e destaques.

Considerado por muitos o principal player quando se fala de um grupo gestor de múltiplos clubes, o City Football Group, ou Grupo City, não fez uma estreia das mais animadoras em seu primeiro ano no futebol brasileiro. No comando do Bahia desde dezembro de 2022, investiu pesado na reformulação de um elenco que subiu para a primeira divisão, mas acumulou fracassos no primeiro semestre e sobreviveu a uma nova queda na bacia das almas. 

É bem verdade que o Grupo City em suas primeiras declarações quanto ao planejamento do Bahia pregou cautela no chamado “ano 0”. A justificativa foi de que o principal objetivo seria mesmo evitar um rebaixamento, ter uma temporada segura, para em seguida buscar voos mais altos. Só que o caminho foi muito mais espinhoso do que o esperado. 

Uma das primeiras decisões do Grupo City no Bahia foi contratar Renato Paiva como treinador. O português, com décadas de experiência na base do Benfica e campeão equatoriano com Independiente del Valle, pareceu uma aposta coerente de quem buscava um comandante de futebol ofensivo e que lidasse bem com os jovens jogadores contratados no primeira janela de transferências. 

Só que o trabalho de Paiva se mostrou frágil desde o início, com um sistema defensivo facilmente penetrado por qualquer equipe do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste. Goleadas para Fortaleza e Sport (um sonoro 6×0) mostraram um Bahia completamente incapaz de competir no nível mais alto. A solução encontrada foi mudar o perfil das contratações, trazendo jogadores mais acostumados com a primeira divisão, como Thaciano e Ademir. 

Após vexame na Copa do Nordeste e o título do Campeonato Baiano, o Bahia chegou no Brasileirão e sofreu, como era esperado. Foi um turno inteiro dentro ou beirando a zona de rebaixamento. Poucas vitórias, muitos erros e mais dinheiro gasto na tentativa de corrigir o rumo. O Bahia contratou 25 jogadores no total das janelas e gastou R$ 100 milhões, maior investimento de sua história. 

Apesar de muita pressão da torcida, Renato Paiva durou 22 rodadas no comando do Esquadrão no Brasileirão. Foram 5 vitórias, 7 empates e 10 derrotas, um aproveitamento de pouco mais de 33% e a um ponto da zona de rebaixamento. O português só deixou o clube após pedir demissão por se incomodar com uma postagem de torcida organizada. Para o seu lugar, o Tricolor contratou rapidamente Rogério Ceni. 

O treinador deu nova vida ao Bahia em rápida recuperação, com quatro vitórias nos seis primeiros jogos. Mas Ceni não manteve o mesmo ritmo, apesar de ter uma equipe muito mais competitiva, e derrotas dolorosas dentro de casa, além de perder para o já rebaixado e lanterna América Mineiro, fez o Tricolor chegar na última rodada dentro da zona de rebaixamento. 

O Bahia ficou muito perto de acabar rebaixado para a Série B e fez até mesmo por merecer a queda que transformaria o “ano 0” em “ano -1”. Então na última rodada, um suspiro no final, goleando o Atlético Mineiro – melhor equipe do returno – e contando com a derrota do Santos, que acabou caindo no lugar do Tricolor. 

O sentimento na Arena Fonte Nova e dos milhões de torcedores do Bahia foi de alívio e não tanto de felicidade. Ficar na primeira divisão dá ao Grupo City a chance de fazer melhor dentro de campo, sem subestimar o futebol brasileiro. O certo é que depois de aceitar vender o clube, os torcedores do Tricolor esperam bem mais do que apenas lutar arduamente para não cair. 



Peneirabrasil

Somos uma Site Especializado na Divulgação de Peneiras de Futebol.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *