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Alemanha repete passado e patina em reconstrução às vésperas de sediar Euro



Há quase duas décadas, a Alemanha tinha uma importante tarefa pela frente: sediar a Copa do Mundo de 2006. Do então técnico Jurgen Klinsmann para o atual, Julian Nagelsmann, muita coisa se passou, mas a história vai se repetindo. A seleção não engrena e o país teme um vexame caseiro.

Depois do vice-campeonato diante do Brasil, no Mundial de 2002, a Mannschaft entrou em um momento de renovação. Jogadores como Philipp Lahm, Bastian Schweinsteiger e Lukas Podolski viviam momento de ascensão e essa fase transitória entre uma geração e a outra não foi das mais fáceis.

O pífio desempenho na Eurocopa de 2004 ligou o sinal de alerta. Integrante do Grupo D, ao lado de Holanda, República Tcheca e Letônia, a Alemanha não obteve qualquer vitória. Foram dois empates, uma derrota e eliminação já na primeira fase.

No ano que antecedeu a Copa do Mundo, os alemães até tiveram retrospecto razoável, com sete vitórias cinco empates e apenas três derrotas. Um revés foi para o Brasil, nas semis da Copa das Confederações, e os outros para Eslováquia e Turquia, em amistosos. 

A mudança no comando técnico, de Rudi Völler para Jürgen Klinsmann, para além da frieza dos números, ainda não se traduzia em um time capaz de medir forças com as principais seleções do mundo. Até a Copa, a Mannschaft fez duelos contra Argentina, Brasil, Holanda, França e Itália, onde a três meses do Mundial, foi goleada por 4 a 1. Os comandados de Klinsmann não obtiveram qualquer vitória contra essas potências.

Foi então que a chave virou. No Grupo A, ao lado de Costa Rica Polônia e Equador, os alemães tiveram 100% de aproveitamento na primeira fase e avançaram sem sustos. O triunfo contra a Suécia, nas oitavas, parecia ser o limite para aquela seleção.

Na fase seguinte, a Argentina era a rival por uma vaga entre as quatro melhores do mundo. Com o apoio da torcida e na base da raça, a Alemanha venceu os hermanos nos pênaltis. A trajetória foi interrompida nas semis, para a campeã daquela Copa, a Itália. O terceiro lugar, obtido contra a seleção de Portugal, à época comandada por Felipão, foi considerado um grande feito. Klinsmann saiu de cena com o sucessor preparado: o auxiliar Joachim Löw.

A história se repete

O tetracampeonato da Alemanha veio em grande estilo, no Brasil, com direito a 7 a 1 diante da seleção Canarinho. Nove anos e dois treinadores depois, a seleção alemã teve uma queda de rendimento drástico nesse período.

Hansi Flick deu sequência ao trabalho de Löw, que já estava desgastado, com desempenho ainda mais questionável. A seleção foi eliminada na fase de grupos em dois Mundiais consecutivos e apostou em uma reformulação. Agora, sob o comando de Julian Nagelsmann, o quadro permanece inalterado.

No ano de 2023, os alemães realizaram 11 jogos e o retrospecto é pífio: apenas três vitórias, uma delas sobre a França em amistoso, dois empates e seis derrotas. Nos últimos dois anos, são 23 confrontos disputados e a Mannschaft possui apenas sete triunfos, oito empates e oito reveses. 

Ao contrário da geração anterior, o elenco que Nagelsmann tem à disposição não é formado por jogadores ascendentes. As principais peças na defesa são atletas como Rudiger, Sule e Hummels, de volta à seleção após anos afastado. No meio-campo, Kimmich, Goretzka e Gundogan são os pilares. No ataque, as principais opções têm sido Sané, Gnabry e Füllkrug, tema de discussão no país, que não conseguia encontrar um substituto para Klose. O veterano está longe de ser o maior problema da seleção e, de novidade, apenas o meia Florian Wirtz, que faz bela temporada pelo Bayer Leverkusen.

Do ano passado para cá, o selecionado alemão sofreu incríveis 37 gols em 23 jogos disputados, uma média de 1,60 gol/jogo. Como citado acima, Nagelsmann promoveu a volta de Hummels para tentar apagar o incêndio, escalou Havertz na lateral esquerda, mas nenhuma das tentativas logrou êxito.

Assim como na Era Klinsmann, a Alemanha se preocupa em ser sede de uma apresentação humilhante em sua própria terra. Por enquanto, ela está arrasada, mas Nagelsmann pode se inspirar justamente na campanha de quase duas décadas atrás para tirar a seleção alemã do limbo.



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