Um encontro de gigantes da Alemanha. Responsáveis por um dos confrontos mais esperados destas oitavas de final de Liga dos Campeões, Bayern de Munique e Bayer Leverkusen estarão frente a frente (e de forma inédita nesta fase da competição), nesta próxima quarta-feira, na Allianz Arena.
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Fosse em 2022, ou antes, seria fácil cravar o favoritismo bávaro neste confronto, muito pela dominância do Bayern no futebol germânico nas últimas décadas, mas um fator foi determinante para a mudança de panorama neste clássico contra os farmacêuticos, e ele tem nome e sobrenome: Xabi Alonso.
A chegada e a afirmação
Desde que foi anunciado como novo técnico do Bayer, próximo a metade da temporada 2022/2023, Xabi trouxe um estilo de jogo único, com muita intensidade e variações nas transições defensiva/ofensiva que dificilmente falham.
Na temporada seguinte à sua chegada, Xabi Alonso se consolidou e encantou a Alemanha com um jogo propositivo/reativo e eficiente ao extremo, especialmente nas fases mais agudas da partida.
Sempre com sua defesa bem povoada, o técnico basco “ressignificou” a utilização do 3-5-2, que muitas vezes se transformou em 5-4-1, em solo alemão e fez os seus alas produzirem um volume ofensivo maior que seus adversários pudessem suportar.
Não há espaço para conforto ou desconcentração contra o Leverkusen, ele só precisa de segundos para concluir seus objetivos. E assim foi até a conquista inédita da Bundesliga (e com muitas sobras).
O antídoto basco?
Dentro deste cenário dominante, o Bayer Leverkusen teve pela frente o “bicho papão” Bayern de Munique, que vinha de 11 conquistas consecutivas da Bundesliga, e mostrou que seria capaz de fazer os bávaros provarem de seu próprio veneno.
No primeiro duelo da “Era Xabi Alonso” entre Leverkusen e Bayern, o técnico espanhol surpreendeu na formação inicial e mandou a campo uma equipe sem um centroavante de ofício, deixando a cargo do francês Adli o papel de “falso 9”.
Com o time mais leve, os farmacêuticos foram mais incisivos numa marcação que variou entre média e alta e impediu uma das principais armas dos bávaros: a construção do jogo de trás e o trabalho de bola pelo corredor central. No fim, o Leverkusen, com dois gols de pênalti, venceu de virada e deu indícios do que estaria por vir.
De lá para cá, foram mais cinco jogos e o panorama se repetiu. Nos duelos contra o Bayern, Xabi Alonso abre mão de Boniface (ou da figura do centroavante mais fixo), opta pela mobilidade e faz o time ser mais rápido e fluido, encaixando rapidamente a marcação no jogo rival e potencializando ainda mais a velocidade no jogo transicional.
Coincidência ou não, o Bayer Leverkusen emplaca hoje, sob o comando de Xabi Alonso, a maior série invicta do clube no clássico contra o Bayern de Munique, com três vitórias e três empates nos últimos seis jogos. Motivos de sobra para acreditar que os farmacêuticos podem aprontar para cima dos bávaros nestas oitavas de final de Liga dos Campeões.