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Dono de clubes, Ronaldo não consegue emplacar versão 'Fenômeno'



Desde que pendurou as chuteiras, em 2011, Ronaldo Nazário, conhecido carinhosamente como “Fenômeno”, decidiu se dedicar ao ramo empresarial. Inicialmente fundou uma agência de marketing para gerenciar carreiras de outros atletas de futebol. Após alguns anos de experiência fora das quatro linhas, o ex-craque seguiu adiante em suas aventuras. 

Em 2018, Ronaldo surpreendeu ao anunciar que havia comprado 51% das ações do Real Valladolid, da Espanha, se tornando sócio majoritário do clube. Três anos depois, mais uma aquisição, o Cruzeiro, clube que o revelou para o mundo da bola. Em dezembro de 2021, o Fenômeno anunciou que havia comprado 90% da SAF do time mineiro.

Projetando sucesso esportivo na Europa e na América do Sul, Ronaldo passou a acumular problemas, equívocos, crises e questionamentos quanto a sua capacidade de gerenciar clubes de futebol. O ex-craque dos campos não consegue ser “fenômeno” fora deles.

Dois rebaixamentos e briga com torcida

Anunciado oficialmente em setembro de 2018 no Valladolid, Ronaldo teve sua primeira experiência à frente do clube espanhol na temporada 2019/20. Em La Liga, o time terminou na 13ª posição, já na Copa do Rei uma amarga eliminação para o Tenerife ainda na fase 16 avos de final.

A promessa era de melhora esportiva ao longo dos anos. “Contem com a gente para fazer o Real Valladolid se consolidar na primeira divisão e seguir construindo sonhos”, disse Ronaldo em sua apresentação oficial. No entanto, o pesadelo começou a ser real na temporada 2020/2021. 

O Valladolid terminou o Campeonato Espanhol na vice-lanterna, acumulando apenas cinco vitórias e 31 pontos em 38 rodadas disputadas. Na Copa do Rei, nova eliminação, desta vez para o Levante, nas oitavas de final.

No ano seguinte, o cobrado acesso de divisão veio com louvor, quando clube somou 81 pontos, igualando o líder dos pontos corridos Almería. De volta à elite na temporada 2022/2023, o segundo rebaixamento em cinco anos de gestão.

Outra polêmica que o ex-campeão do mundo acumulou foi quando decidiu mudar o escudo do Valladolid, que era historicamente reconhecido desde 1998. Com a justificativa que a mudança era “reflexo de uma nova era para o clube”, a troca foi imposta, mas parte da torcida criticou e protestou por conta da “falta de respeito” por parte do seu novo gestor. Por sua vez, Ronaldo não voltou atrás e decidiu comprar e financiar a briga contra os torcedores espanhóis.

Risco à Raposa

Ao que parecia um gesto de amor e gratidão ao clube que o revelou para o futebol, ainda aos 17 anos de idade, o Fenômeno adquiriu a SAF do Cruzeiro com a missão de resgatar a força e a tradição do time mineiro, e iniciou seus trabalhos como gestor do novo clube em 2022.

O primeiro ano de reestruturação de um Cruzeiro com problemas financeiros e futebol em crise de identidade foi tido por muitos como um verdadeiro sucesso. Depois de três temporadas enfrentando estas adversidades na Série B do Campeonato Brasileiro, a gestão de Ronaldo deu o trunfo do título da competição no ano passado, tendo campanha sólida e sem loucuras financeiras para atingir o objetivo esportivo.

Um ano depois, de volta à elite do futebol brasileiro, o Cruzeiro novamente se vê ameaçado por um novo rebaixamento, o que seria o segundo na sua história de 102 anos. O terceiro na história de Ronaldo como gestor de clubes. 

Dentro do planejamento da SAF, fatores como a montagem do elenco para disputar a Série A e a troca incessante de técnicos (foram três em 2023) durante a temporada mostram as falhas de expertise para gerir um gigante do futebol.

Fora dos gramados, Ronaldo chegou a tecer comentários sobre os torcedores cruzeirenses, o que foi entendido por parte deles como críticas do ídolo a quem o apoiam, ou tentam apoiar. 

Os nomes escolhidos para as pastas do clube também são pontos questionados. Recentemente os cruzeirenses criticaram o posicionamento do CEO do clube, Gabriel Lima, que chegou a cogitar mandar jogos do Cruzeiro na Arena MRV, estádio recém-inaugurado do rival Atlético Mineiro.

Decisões que minam a confiança de um trabalho já questionado vindo da Europa. Pelo menos, aqui no Brasil, Ronaldo parece indicar que irá recalcular a rota de sua gestão. “No final do campeonato vamos ver, vamos discutir de novo a relação, porque existe essa relação de desconfiança neste momento. O que posso dizer, mais uma vez, que sem o apoio da nossa torcida vai ser muito difícil”, disse o dono da SAF cruzeirense. 

Agora, basta esperar para saber se o futuro será reservado ao novo Fenômeno no ramo da gestão de clubes, ou se o apelido seguirá sendo mantido somente em seus feitos mágicos e históricos como jogador de futebol.



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