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Resenha tática | Como Abel recoloca Palmeiras na luta pelo título


Seja no 4-2-4 ou no 5-3-2, atravs de jogo de posio ou jogo funcional, respeitando as diversas formas de ver o futebol. Acreditando sempre na beleza do jogo, e nas diversas interpretaes do mesmo. Falo de ttica tentando fugir do professoral, mas sempre buscando ir alm. Como em uma conversa de bar. Sem espao para a saideira.

Abel Ferreira completou nesta semana três anos ininterruptos como técnico do Palmeiras. Com a filosofia de “cabeça fria, e coração quente”, o treinador ajudou a dar ao Verdão duas Libertadores, uma Recopa, um brasileiro, Copa do Brasil, e por aí vai… Agora, o técnico busca “reinventar” a equipe para sonhar, de novo, com um título do Campeonato Brasileiro. 

Depois de uma sequência terrível, de quatro derrotas seguidas no Brasileirão, e uma eliminação doída para o Boca Juniors na Libertadores, o Palmeiras conseguiu, enfim, engrenar no embalo de três vitórias seguidas. Entre elas, uma impiedosa goleada de 5 a 0 sobre o São Paulo. O período, também, culmina com alterações táticas de Abel Ferreira, que busca dar uma nova cara ao time. Ou melhor, mudar uma cara que não vinha dando nada certo. 

Se quisermos buscar simplicidade, podemos citar que o treinador, basicamente, alterou o esquema tático. Foi do 4-2-3-1 que tanto o deu glórias no clube para o 3-4-3. Mas Abel fez mais. Potenciou alguns jogadores que se tornaram decisivos para essa reação do time, alterando não só o esquema, mas também funções em campo, e mudando, também, a dinâmica de jogo da equipe. 

Pegando recortes dos últimos jogos, mas com foco maior na memória mais recente (1 a 0 sobre o Bahia), o Palmeiras apresentou uma primeira fase de construção em saída 2 + 1. Pois é, mesmo atuando com três zagueiros, apenas dois participam do início das jogadas (Gómez e Murilo). Luan, o terceiro zagueiro, aparece em uma linha mais adiantada. É, portanto, a primeira opção de passe dos companheiros de zaga, por dentro. 

Primeira fase de construção no 2 + 1

Os dois alas (Mayke e Piquerez), embora bem abertos, aparecem mais próximos dos defensores como opções pelos flancos. Se o jogo evoluir por ali, Richard Rìos e Zé Rafael (ou Fabinho, caso do jogo com o Tricolor), que formam uma espécie de duplo pivô, se aproximam dos alas para criar linhas de passe nos corredores laterais. Ríos tem buscado mais o lado de Mayke, enquanto Zé Rafael (ou Fabinho) se aproxima mais de Piquerez. Ou seja, o time evolui em uma espécie de 4-1-2-3. 

Em caso de o rival conseguir criar superioridade numérica pelos flancos, Gómez, Murilo ou Luan tendem a buscar um jogo mais vertical pelo meio usando o duplo pivô. Quando a bola chega principalmente em Ríos, mas também nas outras opções do meio, o jogo tende a evoluir com mais velocidade e menos cadência. 

As estatísticas de Ríos nas últimas partidas são reveladoras. O colombiano é o volante mais vertical e com chegada ao ataque. O time precisava dele. Contra o Bahia, foram 9 (certos) de 11 passes no último terço, 16 de 14 passes verticais. Ríos, ainda, finalizou duas vezes, uma no alvo. Do jogo contra o Cuiabá (19 de agosto), em diante, finalizou em todos os jogos que fez como titular (cinco). Com cada vez mais confiança, chega com mais frequência, e qualidade, em zonas de finalização. 

Ríos com passe vertical, Veiga abaixa

No avanço ao último terço, a nova função de Raphael Veiga, que na verdade já foi usada antes e já potenciou, diversas vezes, características importantes do meia, começa a ganhar protagonismo. Veiga, agora, atua mais adiantado, na linha de três atacantes, em uma função de falso 9. 

A sinergia com Breno Lopes e Endrick fez o desempenho dos três crescer nas últimas três partidas. Quando o jogo é construído pelo meio, Veiga recua para se tornar opção de passe, ao mesmo tempo em que gera espaço para os dois companheiros de ataque. Breno e Endrick aparecem sempre atentos para atacar os espaços nas costas dos zagueiros. 

Veiga recua e gera espaço

Quando a evolução do jogo se faz pelos corredores laterais, Veiga se junta a um dos atacantes como opção na área. Geralmente, as jogadas de fundo procuram Veiga ou Breno Lopes na área. 

Veiga pisa na área

Os oito gols em três jogos mostram evolução no ataque, mas a defesa também se portou bem. O Palmeiras não sofreu nenhum gol nessa sequência. A fase defensiva tem como base um 5-2-3, com Breno e Endrick podendo baixar para ajudar na marcação pelas laterais. A pressão pós perda é forte em cima do portador da bola em um primeiro momento, com o time recuando em bloco médio caso não consiga uma rápida recuperação. Com a cobertura de Luan, Gómez, também, mostra mais agressividade para pressionar em zonas mais avançadas do campo. 

O líder, Botafogo, ainda está a seis pontos de distância, com um jogo a menos. Mas a proximidade de um confronto direto e a força que voltou a mostrar colocam, sim, o Palmeiras, de novo, na briga pelo título do Brasileirão. Com Abel, depois de três anos, mostrando repertório tático para reinventar o time quando necessário. 



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